Revés na negociação
Primeira reunião entre rodoviários e empresas termina sem acordo sobre reajuste salarial
Sindicato considerou contraproposta "indecente". Seopa promete reunir diretoria novamente para discutir andamento da negociação
Após mais de duas horas de reunião, Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) e Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre não entraram em acordo quanto ao reajuste da categoria na tarde desta quinta-feira. Rodoviários reivindicam 11,5% de aumento salarial e rechaçaram os 5% oferecidos pelo Seopa antes mesmo de submeter a contraproposta a assembleia.
- Achamos indecente a proposta que nos fizeram, é um desrespeito com os trabalhadores. Esperamos uma nova chamada para dar sequência à negociação - diz o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Adair Silva.
Silva diz estar confiante na evolução das negociações e descarta a possibilidade de greve no transporte neste primeiro momento. O presidente espera que uma nova reunião seja convocada na próxima semana.
Segundo o advogado do Seopa, Alceu Machado, a recusa dos rodoviários será discutida internamente para definir como será conduzida a negociação daqui em diante.
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O dissídio dos rodoviários é pré-requisito para que as empresas solicitem à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a revisão tarifária. Gastos com pessoal representam 50% do valor da passagem, por isso, a negociação com a categoria é determinante para o cálculo. A tensão acompanha as discussões sobre o valor da tarifa desde os protestos de junho de 2013.
A última negociação do sindicato com as empresas, no início do ano passado, também foi tensa. Opositores do então presidente, Julio Gamaliel Pires, acabaram assumindo o controle das negociações e lideraram uma greve que se estendeu por 15 dias. Uma nova eleição para o sindicato foi determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS) em maio, por conta de fraude na apuração do pleito de 2011 e inelegibilidade de integrantes da chapa vencedora. O processo eleitoral foi conduzido por um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) e, em novembro, novos representantes foram eleitos.
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