Perdendo o fôlego
Preço do imóvel tem menor alta desde 2010
Apartamento prontos subiram apenas 0,17% em fevereiro, abaixo da inflação
O preço médio do metro quadrado dos apartamentos prontos - a maioria usados - anunciados para venda em 20 cidades brasileiras pesquisadas pelo índice FipeZap aumentou apenas 0,17% em fevereiro. Este foi o menor avanço mensal do indicador, que começou a ser apurado em meados de 2010 para as 20 cidades.
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Além de ser a menor taxa de variação registrada para todos os meses da pesquisa, o resultado ficou abaixo da inflação pelo segundo mês seguido. A inflação esperada para este mês, de acordo com as projeções feitas pelo mercado e captadas pelo boletim Focus do Banco Central (BC), é de 1,17%.
- Pelo segundo mês seguido, a variação do preço médio do metro quadrado acumulada em 12 meses perdeu para a inflação - ressalta o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Bruno Oliva. Isso significa que a desaceleração dos preços dos imóveis é cada vez mais robusta e se trata de uma tendência, avalia.
No bimestre janeiro/fevereiro, o preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados subiu 0,55% e a inflação acumulada no período foi de 2,32%, de acordo com as projeções do BC. Outro fato inédito do desempenho de fevereiro foi que em todas as cidades pesquisadas a variação dos preços do metro quadrado dos imóveis perdeu para a inflação do período. Quase a metade das cidades pesquisadas tiveram queda nominal de preços. A maior retração ocorreu em Florianópolis (-1,27%), seguida por Vitória (-1,12%) e Niterói (-0,82%).
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Para Oliva, a perspectiva é de que a queda de preços continue.
- Eu não me espantaria se o ano fechasse com queda nominal de preços, na média.
O economista diz que é "natural" que, de pois de um período de alta exuberante de preço, ocorra uma desaceleração.
Entre os motivos dessa forte desaceleração de preços dos imóveis, o economista aponta o enfraquecimento do mercado de trabalho, o fato de os preços estarem em patamares já elevados e não caberem mais no orçamento das famílias. Além disso, as expectativas para o desempenho da economia neste ano e no próximo não são favoráveis, o que inibe o fechamento de negócios de compra e venda e breca a escalada das cotações.