Homicídio
Homem é suspeito de concretar corpo da mãe dentro de apartamento em Porto Alegre
Idosa estava desaparecida desde o Dia das Mães deste ano
A Polícia Civil desvendou na tarde desta sexta-feira um caso de desaparecimento cujo roteiro se assemelha a filmes e romances criminais. Desaparecida desde abril, Vilma Jardim, 76 anos, foi encontrada morta dentro do próprio apartamento nesta manhã, no bairro Mont' Serrat, zona norte da Capital. O corpo da idosa foi colocado dentro de um armário feito sob medida e concretado com cimento cola. Segundo a polícia, o autor do assassinato e da ocultação seria o próprio filho da vítima, o publicitário Ricardo Jardim, 56 anos.
De acordo com a titular da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Jeiselaure Rocha, Vilma morava com o marido, que morreu em dezembro, deixando duas apólices de seguro que somavam cerca de R$ 400 mil. Vista pela última vez no Dia das Mães, a idosa teve desaparecimento registrado na polícia por outra filha.
Segundo a delegada, após o sumiço de Vilma, familiares começaram a desconfiar da mudança no padrão de vida de Ricardo.
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- Ele não ganhava nem R$ 2 mil por mês e começou a aparecer com moto, equipamentos de informática e outros bens. Aí, chamamos ele para depor - conta a delegada.
Na delegacia, o publicitário teria dito apenas que não sabia do paradeiro da mãe e que costumava ir ao apartamento dela para regar plantas.
Ao longo da investigação, a polícia recolheu documentos que haviam sido descartados no lixo pelo publicitário, e verificou que se tratavam de informações de Vilma e notas de compra do móvel que escondeu o corpo e cimento cola.
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Nesta quinta-feira, quando os agentes retornaram à casa do publicitário, depararam Ricardo armado e com o passaporte na mão - a suspeita é de que planejava fugir.
- Quando ele foi abordado, chorou e confessou que tinha matado a mãe e concretado a senhora no apartamento dela - afirma Jeiselaure.
Preso em flagrante por porte ilegal de arma, Ricardo teria indicado como motivação desavenças pessoais com a mãe. A polícia, contudo, acredita que o seguro deixado pelo pai era um dos objetivos do publicitário. As apólices, em nome de Vilma, ainda não haviam sido resgatadas e a polícia acredita que Ricardo tenha elevado seu padrão de vida movimentando dinheiro da conta bancária da mãe.
No apartamento da idosa, a polícia localizou em um dos cômodos um armário branco, cuja tampa havia sido concretada. Dentro, estava o corpo de Vilma em avançado estado de decomposição, o que não permitiu identificar de imediato quando e como ela foi assassinada - informações que serão conferidas pela perícia.
A reportagem pediu à polícia o contato do advogado do suspeito, que não foi informado.
*Zero Hora