Porto Alegre



Segurança Pública

Casal de alunos foi assaltado meia hora antes no mesmo local de estudante esfaqueado

Um dos assaltantes seria o mesmo que atingiu jovem de 18 anos com uma facada na altura do coração

10/07/2015 - 11h01min

Atualizada em: 10/07/2015 - 11h01min


Carlos Ismael Moreira
Carlos Ismael Moreira
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O depoimento de um casal de estudantes, ambos de 17 anos, trouxe novas informações à investigação do assalto ao adolescente Denner Felipe Schavinski Centeno, 18 anos, esfaqueado na altura do coração minutos após sair do Colégio Protásio Alves, no bairro Azenha em Porto Alegre. Na mesma parada de ônibus em que o adolescente foi atacado, próximo da esquina da avenida Ipiranga com a Rua General Lima e Silva, o casal foi alvo de criminosos meia-hora antes.

Conforme o titular da 2ª Delegacia de Polícia da Capital, Cesar Carrion, responsável pelo caso, os estudantes relatam terem sido abordados por dois homens - um deles, com características semelhantes as que foram descritas para o criminoso que atacou Denner.

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- Os ladrões pediram o celular deles e, como a moça resistiu em entregar, um gritou para o outro "dá uma facada nela", mas não chegaram a mostrar arma. Com o depoimento deles, avançamos bastante. Em princípio, se trata de alguém que vive naquela região - afirma Carrion, que não descarta a hipótese de que o assaltante seja um morador de rua.

Outro adolescente que presenciou o ataque a Denner também foi ouvido pela investigação. Conforme o relato do jovem, Denner estava de fones de ouvido e não ouviu quando o assaltante pediu que entregasse o celular.

- O rapaz contou que o ladrão foi para cima dele, os dois se empurraram e foi nesse momento que ele levou a facada no peito. O ladrão levou o telefone - revela Carrion.

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Após o ataque, Denner ainda conseguiu retornar à escola, na esquina das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, onde foi socorrido e encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro. O adolescente passou por cirurgia e segue internado em estado grave. A polícia aposta em sua recuperação para colher outras informações que ajudem a identificar o suspeito.

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Professores alunos do Colégio Protásio Alves fizeram uma manifestação no dia seguinte ao ataque ao estudante. Conforme a diretora, Ana Maria de Souza, já ocorrem mais de 50 assaltos no entorno da escola desde o início do ano e o policiamento na região é baixo, o que foi, inclusive, registrado em atas de reuniões com a participação PMs.

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- Tem um PM (policial militar) residente, mas ele quase não aparece aqui, só volta para dormir - reclama Ana.

De acordo, tenente-coronel Mario Ikeda, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), no qual o PM residente trabalha com ações do Programa de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e presta apoio eventual à escola, cujo área de policiamento é responsabilidade do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM).

O comandante do 1º BPM, tenente-coronel Antonio Maciel Junior, garante que o batalhão mantém patrulhamento nos horários de entrada e saída da escola, e afirma que a estatística oficial registra 15 roubos na região desde o início do ano:

- O registro das ocorrências é fundamental. Com esses dados podemos planejar e pautar o policiamento que é feito ali.- ressalta.

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Maciel informa que, a partir de segunda-feira, um PM será destacado para patrulhar a escola nos três turnos. Não há prazo para manutenção do reforço.

- Essa questão de (a escola) estar tão desassistida assim não é verdadeira. As atas que a diretora refere, uma foi atendimento do PM residente e outra da patrulha escolar, por um furto na escola. Nunca houve solicitação comando do batalhão. Fico muito surpreso e triste, porque estamos trabalhando para atender as 93 escolas na nossa área - desabafa Maciel.

*Zero Hora


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