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Santa Teresa

"Uma menina super do bem", diz tio de adolescente assassinada na Capital

Ingrid Hellen Santos, 15 anos, foi baleada na noite de quinta-feira

31/07/2015 - 10h19min

Atualizada em: 31/07/2015 - 10h19min


Reprodução / Facebook
Ingrid tinha 15 anos

Com o trabalho em uma associação beneficente, Ingrid Hellen Santos buscava afastar crianças e adolescentes da violência que impõe medo na Vila Cruzeiro, zona sul de Porto Alegre - a mesma violência pela qual foi morta com um tiro na cabeça, aos 15 anos, na noite de quinta-feira.

Moradora da região desde que nasceu, Ingrid aguardava o ônibus em parada da Avenida Tronco, junto da prima de 13 anos com quem iria ao shopping, quando dois homens passaram em uma moto, atirando.

A garota ainda teria tentado correr, mas acabou sendo baleada no Beco dos Coqueiros, assim como outros dois jovens que foram encaminhados para atendimento médico. Uma adolescente e uma criança também foram atingidas de raspão.

Morte de adolescente gera protestos na zona sul de Porto Alegre

O crime é apurado pela 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.

- A motivação ainda não está clara, mas sabemos que o local é conhecido pelo tráfico. Recebemos algumas informações sobre suspeitos, mas não vamos divulgar para não atrapalhar as investigações - explica a delegada Elisa Souza.

O tiro que acertou Ingrid interrompeu seu sonho de fazer faculdade de Direito e se tornar advogada, conta a tia Patrícia Araújo:

- Ela era linda, tinha planos.

A adolescente trabalhava no Centro Esportivo, Cultural e Assistencial Vila do Campinho com crianças menores de 10 anos.

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Tio de Ingrid, Ubirajara Junior ressalta que ela entrou na entidade como educanda, depois passou a auxiliar o projeto.

- Devido ao conhecimento, à disposição e à alegria, ela foi efetivada como oficineira. Ela cuidava de outras crianças na recreação e fazia artesanato - afirma o tio.

A menina cursava o primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual General Álvaro Alves da Silva Braga. Residia com a mãe e duas irmãs mais novas - por parte de pai, tinha três irmãos menores.
 
Despedida marcada por tristeza e protestos
 
O velório da estudante, no Cemitério São Miguel e Almas, na tarde de sexta, foi precedido de manifestação que reuniu familiares e amigos. A caminhada, com faixas e cartazes demonstrando indignação, partiu da Vila Cruzeiro.

O líder comunitário Marco Aurélio dos Santos Pereira, integrante da Associação dos Moradores da Vila Tronco (Amavtron), não poupou críticas à segurança pública.

- Teve um período em que a gente tinha os Territórios de Paz (programa do governo do Estado), uma polícia que fazia prevenção. Tinha a aproximação da polícia, que aparecia mais - salienta.

Durante a madrugada, outro protesto já havia sido feito por moradores da região, que montaram barricadas em ruas e incendiaram pedações de madeira e pneus. A Brigada Militar foi ao local e utilizou bombas de efeito moral - conforme a corporação, um caminhão dos bombeiros foi apedrejado.

A morte de Ingrid integra estatística alarmante. Reportagem especial publicada em 13 de julho por Diário Gaúcho e Zero Hora mostrou que, em média, uma criança ou adolescente é assassinado a cada três dias na Região Metropolitana.

Nos primeiros cinco meses do ano, foram 50 vítimas. No bairro Santa Tereza, além de Ingrid, outros dois adolescentes foram mortos desde domingo.

Um adolescente é assassinado a cada três dias na Região Metropolitana

*Diário Gaúcho


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