Porto Alegre



Polícia

Preso passa mal em delegacia de Porto Alegre devido à superlotação

Interdição parcial do Presídio Central faz a subir o número de presos nas DPs

09/12/2015 - 23h41min

Atualizada em: 09/12/2015 - 23h47min


Eduardo Cardozo
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Interdição do Presídio Central faz subir o número de presos nas delegacias de polícia de Porto Alegre

Um preso que estava na cela do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, passou mal no início da noite desta quarta-feira e teve de ser encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). De acordo com o delegado Regional Metropolitano, Marcelo Moreira, o homem foi detido após sofrer um acidente e estava com o mesmo curativo há quase dois dias. A polícia aguarda resultado médico para saber o estado de saúde dele. As informações são da Rádio Gaúcha.

Os demais presos se exaltaram com o fato de o local estar superlotado – há 11 detidos para um espaço em que deveria ter em média cinco pessoas. O problema tem sido frequente neste ano por que o Presídio Central está interditado para presos que já têm condenação pela Vara de Execuções Criminais da Capital.

Polícia reforça segurança devido ao excesso de presos em DPs

Na terça-feira houve outros problemas na cela provisória do Palácio da Polícia. Um preso estava revoltado com a falta de espaço e ateou fogo em roupas e papéis. Policiais tiveram de entrar na cela com extintores de incêndio para apagar as chamas. Outro homem começou a bater com a cabeça nas grades e teve de ser medicado. Além disso, há o problema de detidos que pertencem a facções rivais, fato que pode gerar tumultos.

Situação semelhante ao do Palácio da Polícia ocorre na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da Zona Norte.

– Nas outras delegacias também, mas ainda conseguimos contornar – destaca Moreira.

Presídio Central volta a barrar entrada de apenados

O delegado Márcio Zachello também está preocupado com o problema. Segundo ele, a situação só não está pior pelo fato de que a Justiça autorizou há cerca de dez dias a entrada de detentos com qualquer tipo de condenação no Presídio Central durante 24 horas. Fora isso, o problema tem sido solucionado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), mas leva pelo menos até dois dias para conseguir alguma vaga no sistema prisional.

– Há presos doentes e todos ficam em média três dias nas carceragens, sem colchão, sem alimentação e higiene adequadas. Além disso, o cheiro é insuportável – afirma Zachello.

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Os policias também reclamam do prejuízo no trabalho de cartório e do risco de possível resgate de um detido. A Justiça interditou o Central pelo fato de que a cadeia está superlotada. A Susepe aguarda pela conclusão do Complexo Penitenciário de Canoas para tentar amenizar este problema. Não há data prevista para a inauguração.

* Rádio Gaúcha


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