Polícia
Preso passa mal em delegacia de Porto Alegre devido à superlotação
Interdição parcial do Presídio Central faz a subir o número de presos nas DPs
Um preso que estava na cela do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, passou mal no início da noite desta quarta-feira e teve de ser encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). De acordo com o delegado Regional Metropolitano, Marcelo Moreira, o homem foi detido após sofrer um acidente e estava com o mesmo curativo há quase dois dias. A polícia aguarda resultado médico para saber o estado de saúde dele. As informações são da Rádio Gaúcha.
Os demais presos se exaltaram com o fato de o local estar superlotado – há 11 detidos para um espaço em que deveria ter em média cinco pessoas. O problema tem sido frequente neste ano por que o Presídio Central está interditado para presos que já têm condenação pela Vara de Execuções Criminais da Capital.
Na terça-feira houve outros problemas na cela provisória do Palácio da Polícia. Um preso estava revoltado com a falta de espaço e ateou fogo em roupas e papéis. Policiais tiveram de entrar na cela com extintores de incêndio para apagar as chamas. Outro homem começou a bater com a cabeça nas grades e teve de ser medicado. Além disso, há o problema de detidos que pertencem a facções rivais, fato que pode gerar tumultos.
Situação semelhante ao do Palácio da Polícia ocorre na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da Zona Norte.
– Nas outras delegacias também, mas ainda conseguimos contornar – destaca Moreira.
O delegado Márcio Zachello também está preocupado com o problema. Segundo ele, a situação só não está pior pelo fato de que a Justiça autorizou há cerca de dez dias a entrada de detentos com qualquer tipo de condenação no Presídio Central durante 24 horas. Fora isso, o problema tem sido solucionado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), mas leva pelo menos até dois dias para conseguir alguma vaga no sistema prisional.
– Há presos doentes e todos ficam em média três dias nas carceragens, sem colchão, sem alimentação e higiene adequadas. Além disso, o cheiro é insuportável – afirma Zachello.
Os policias também reclamam do prejuízo no trabalho de cartório e do risco de possível resgate de um detido. A Justiça interditou o Central pelo fato de que a cadeia está superlotada. A Susepe aguarda pela conclusão do Complexo Penitenciário de Canoas para tentar amenizar este problema. Não há data prevista para a inauguração.
* Rádio Gaúcha