Bairro Bom Fim
Garçom mais querido da Lancheria do Parque, Ildo volta durante licença de ex-colega e pensa em ficar
Gringo de Nova Bréscia tinha a ideia de trabalhar por poucos dias, mas clientes, colegas e patrão fazem campanha pela sua permanência
Ildo Berté colocou a caneta atrás da orelha, pendurou o paninho branco no braço esquerdo e voltou a anotar pedidos de fregueses e amigos da Lancheria do Parque, espalhando novamente pelo estabelecimento do Bom Fim sua risada fácil e inconfundível.
Para substituir um ex-colega em licença médica, o "garçom mais querido da lancheria" calçou de novo as chuteiras que havia pendurado em agosto do ano passado com a justificativa de curtir mais a família. O gringo de Nova Bréscia voltou na terça da semana passada ao estabelecimento onde trabalhou por quase 18 anos com o objetivo de ficar cerca de 15 dias, mas está balançado com uma campanha para que volte em definitivo.
– Os clientes, os colegas, o patrão, todos querem que ele fique. Ele faz um bem para a lancheria – resume o sócio-proprietário Neomar José Turatti, 52 anos.
Ildo conta, dando risada, que "a galera foi à loucura" quando chegou. Admite que a saudade bateu para ele também.
– Têm colegas com quem trabalhei por 20 anos aqui. Convivi mais com eles do que com a minha família. Os clientes que atendo acabam se tornando meus amigos também – conta.
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Ele se refere a fregueses como o policial Douglas Bomfim, 35 anos. Douglas conta que conhece a figura há cerca de 10 anos, e o define como um cara muito simples, do Interior, que tem assunto fácil e acaba encantando as pessoas.
– Moro na Zona Norte e venho aqui também para dar um "oi" para ele. Torço para ele ficar aqui. Até o final – diz.
Ildo adianta que, no final deste mês, já tem compromisso com a patroa: ele e a mulher, Heloísa Helena, completam 15 anos de casamento e estão organizando uma festa. Também quer acelerar a autobiografia que está escrevendo. Ele não revela o veredito, mas seu discurso aponta para o retorno a partir do próximo mês.
– Na quarta-feira, chegou uma menina que eu praticamente pegava no colo e dava pirulito. Hoje, ela está na faculdade. Ela me abraçou e se emocionou. Disse: "Bah, tio, que bacana te ver". Essas coisas não têm preço.