Porto Alegre
Cettraliq tem até segunda-feira para apresentar defesa à prefeitura
Empresa que teve as atividades suspensas pela Fepam por emissões acima do permitido pode ser interditada pela prefeitura por atuação irregular
Com atividades suspensas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a empresa Cettraliq, investigada por relação com as alterações no cheiro e no sabor da água em Porto Alegre, terá de cumprir mais exigências que as do órgão ambiental para seguir atuando na Capital. Encerra-se na segunda-feira o prazo de 30 dias para a companhia, que atua de forma irregular no município, apresentar sua defesa junto à prefeitura.
No mês passado, a central que trata efluentes de mais de 1,5 mil empresas recebeu autuações do município por atuar sem alvará, Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) e Habite-se. Caso a Cettraliq não apresente sua defesa até o fim do dia, ela deve ser multada em R$ 3.034 pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb), e poderá ser interditada pela Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Serviços (Smic).
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Da parte da Smurb, que cobra da empresa a regularização do imóvel na Rua Frederico Mentz mediante um Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), o que nunca foi realizado, as sanções, inicialmente, devem ficar apenas no âmbito administrativo. Caso não haja retorno da Cettraliq, além da multa, a empresa ganhará mais 15 dias para recorrer e apresentar sua defesa. Até quinta-feira, a companhia ainda não tinha se manifestado a nenhum dos dois órgãos que cobram regularização. Segundo a advogada da Cettraliq, Marilia Longo, a empresa irá se manifestar dentro do prazo estabelecido.
À época das autuações, procurada pela reportagem, a empresa chegou a enviar um alvará emitido pela prefeitura em 2007, que não tem validade desde 2014, segundo a Smic. A Cettraliq não comentou a falta do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) mencionada pela Smurb e confirmou ter um Habite-se dos anos 1930, mas considerou não haver nenhuma inadequação em relação ao documento. "Não há impropriedade quanto ao Habite-se, documento emitido quando da instalação do imóvel, e refere-se a construção do imóvel, entregue em 1938", dizia o texto.
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Investigada pela Fepam e pelo Ministério Público por possível relação com as alterações no sabor e no cheiro da água tratada em alguns bairros de Porto Alegre, problema que persiste há quase três meses, a empresa teve suas atividades suspensas na quarta-feira. O motivo, segundo o órgão ambiental, seriam emissões de odores acima do limite estabelecido pela licença de operação.
Caso apresente defesa e consiga regularização junto à prefeitura, a companhia dependerá, para seguir atuando, da apresentação de projetos para atender exigências da Fepam em relação à emissão de odores. Se não mostrar alternativas, ao final de 10 dias, terá de apresentar um plano de desativação.