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Bairro Jardim Itu

Obras em vias da Zona Norte atrasam e causam prejuízo a comerciantes da região: “Já pensei em fechar”

Desde julho, trabalho em uma galeria pluvial provoca bloqueios em vias e faz com que circulação de carros e pedestres diminua

14/03/2024 - 21h10min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Uma obra iniciada em julho de 2023 em vias do bairro Jardim Itú, na zona norte de Porto Alegre, tem causado prejuízo no comércio da região. Os trabalhos em uma galeria pluvial nas ruas Gomes de Freitas, Lopes Teixeira e professor Emílio Kemp provocam bloqueios nas vias e acabam dificultando a passagem de carros e pedestres, o que resulta em estabelecimentos praticamente vazios. 

GZH esteve no local nessa quarta-feira (13) e nesta quinta-feira (14) e constatou os transtornos gerados pelas intervenções. Retroescavadeiras, cones, buracos e terra ocupavam boa parte da Rua Gomes de Freitas, que cruza as avenidas Baltazar de Oliveira Garcia e Assis Brasil.

Desde o início dos trabalhos são feitos bloqueios em diferentes pontos das vias, com acessos momentâneos. Os trechos liberados ficam repletos de poeira,  atrapalhando quem depende de movimento para trabalhar. 

Dono de uma lavagem de carros, Queoma Vicentini, diz que a presença de clientes caiu pela metade nos últimos meses. Ele diz que cogita fechar o negócio enquanto as intervenções continuam.

Já pensei em fechar a loja por motivos de estar quase empatando (faturamento e custos). Não está valendo. As pessoas não estão vindo pra cá justamente porque a poeira suja os carros. E eles não querem lavar pra sujar de novo.

Dono de uma loja de aviamento, Clênio Pletzer, afirma que desde o início das obras o faturamento caiu cerca de 80%.

— Não tem como entrar pra estacionar, não tem mais a parada do ônibus que estava aqui na frente, fecham todas as ruas que dão acesso aqui, é horrível. Estamos colocando placa nas esquinas e não há o que fazer, tem que só esperar — afirma.

Funcionária de uma farmácia, Marly Armani conta que os clientes mais velhos correm risco ao se deslocar até o estabelecimento, com os buracos no caminho. 

— Eles não têm como chegar na loja e daí prejudica, o movimento cai, eles não têm como atravessar a rua. A gente está fazendo mais telentrega, com isso nós alcançamos os clientes mais próximos.

Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) a obra contempla a instalação de uma rede de 700 metros, e tem um investimento de R$ 3 milhões. O órgão afirma ainda que a ação, 80% concluída, vai atender uma antiga demanda de extravasamento de esgoto pluvial da região. 

Uma placa indicava a previsão do fim das obras para fevereiro. O Dmae afirma já ter notificado por duas vezes a empresa Sintra, responsável pelas execuções, por atraso na entrega. Foi dado um prazo de 30 dias para que os trabalhos sejam totalmente concluídos. Questionado sobre ressarcimento aos comerciantes afetados, o departamento ainda não se manifestou. 

GZH tenta contato com a empresa Sintra. Foram feitas ligações para telefones ligados a empresa e enviado um e-mail. Até o momento, não houve retorno.


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