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Seu problema é nosso

Menino de dois anos espera por transporte social individual desde 2023

Ezequiel realizou um transplante de medula óssea no ano passado e está fazendo quimioterapia. Por conta da imunidade baixa, precisa se deslocar sem contato com outros pacientes, mas a Secretaria de Saúde ainda não atendeu a solicitação.

15/08/2024 - 05h00min

Atualizada em: 15/08/2024 - 17h54min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo pessoal / Reprodução
Garoto é portador de duas doenças raras.

Desde março de 2023, a família do menino Ezequiel, dois anos, tem dificuldades de levá-lo até o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde realiza o tratamento das doenças raras que possui. Isso porque o transporte social da prefeitura não atende individualmente e, por isso, não garante a segurança necessária para o seu deslocamento.

Infectado por citomegalovírus e portador de granulomatosa crônica, o garoto realizou um transplante de medula óssea no início do ano passado e, agora, está fazendo quimioterapias. Assim, por conta da sua baixa imunidade, necessita ser transportado sozinho, sem contato com outros pacientes para evitar infecções.

A mãe do menino, Alice Machado, conta que, todas as vezes que ele vai para as sessões de quimioterapia, precisa utilizar carros por aplicativo. Mais de uma vez, Alice foi até a Unidade Básica de Saúde (UBS) São Carlos solicitar o transporte, porém, segundo ela, foi informada que só seria possível se fosse por van. 

Mesmo apresentando o laudo, assinado pela médica, que afirma a necessidade de um transporte individual, a solicitação não foi acatada. A mãe também tentou contato com a Secretaria de Saúde da Capital que a encaminhou de volta para o posto. 

— Eles (os órgãos públicos) ficam empurrando um para o outro. E a gente fica no meio. Então, para o Ezequiel não perder as consultas e as quimioterapias, usamos Uber ou 99Pop. Eu também faço muitas vaquinhas, rifas e sorteios e é como conseguimos nos virar — lamenta Alice. 

Trajetória

Ezequiel foi diagnosticado com granulomatosa crônica com dois meses de idade, enquanto investigava sintomas da outra doença que porta: infecção por citomegalovírus (CMV). Segundo Alice, a CMV não tem cura, porém, o transplante de medula óssea pode resolver a granulomatosa. 

Em janeiro de 2024, a família do menino fez um pedido aos leitores do Diário Gaúcho. Após a realização do procedimento, o garoto desenvolveu a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (Dech) que afeta o intestino. Por isso, precisava de doações para comprar uma bomba de infusão para se alimentar. Em fevereiro, a notícia de que a família tinha conseguido adquirir o equipamento foi publicada no jornal. 

Pedido em análise

Contatada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre confirma que a solicitação do transporte individual foi realizada de forma correta junto à unidade de saúde. Também destaca que o pedido foi encaminhado ao setor de transporte do município e está em análise, “garantindo a uniformidade na implementação de políticas de qualidade em saúde”.

Como ajudar

/// Para ajudar a família com os custos do tratamento, como remédios e transporte, acesse a vaquinha.

*Produção: Elisa Heinski


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