Festival
Com estrelas internacionais, Rap in Cena celebra 10 anos trazendo mais de 70 atrações neste final de semana
Evento de celebração da cultura hip-hop ocorre no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre
Já se passaram 10 anos desde a estreia do Rap in Cena, que começou de maneira discreta, em 2014, na quadra do Império da Zona Norte. Era apenas um dia de shows, com o objetivo de valorizar a cultura hip-hop. Aos poucos, o evento foi crescendo e, agora, ocupa o amplo espaço do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, em Porto Alegre. Mais de 70 atrações se apresentarão para milhares de pessoas neste fim de semana.
Nesta edição, o evento, que se tornou referência nacional, pela primeira vez receberá nomes internacionais. O mais badalado deles é Ja Rule, que embalou os anos 2000 e, na capital gaúcha, apresentará um show de sua turnê especial Sunrise 25 Years, Além dele, o outro gringo que subirá no palco gaúcho é Rich The Kid, que conversa com as novas gerações, sendo referência no trap.
Além da dupla estadunidense, o festival ainda apostará em artistas de expressão nacional, como Djonga, L7nnon, Wiu, Lourena, Cynthia Luz, Veigh, Duquesa, Reid, Uclã, Teto, Bertoi Hyper, CP no Beat, Kyan, Boladin 211, LC Advanced e Filipe Ret, que está rodando com a sua turnê de 15 anos de carreira, batizada FRXV. Também haverá espaço para encontros especiais no palco, com os shows Major RD convida Leall e Mano Brown convida Rincon Sapiência.
— A gente sempre tenta enxergar, todo ano, artistas que estão em evidência, na boca do povo, sem esquecer de mesclar com artistas que talvez não estejam tão no hype, mas que realmente trazem a essência do que é a cultura hip-hop — explica Keni Martins, idealizador do Rap in Cena.
Neste ano, haverá novamente três palcos, World, Olimpo e Tropa do Bruxo, este com curadoria de Ronaldinho Gaúcho. A ideia é que entre 20 mil e 22 mil pessoas frequentem o espaço diariamente (no ano passado foram 25 mil por dia), entre às 10h, horário em que abrem os portões, até às 23h59min, quando se encerram os shows, em ambos os dias.
— O palco Olimpo, no sábado, tem curadoria feita pelo coletivo Bronx, que é bem importante na cena, na questão da representatividade, principalmente nos pilares diversidade e inclusão. Com o nome Baile do Bronx, será focado em artistas locais, negros e LGBTQIA+. No domingo, vira Golden Era, com a curadoria dos DJs Nezo e Gê Powers, que movimentavam as festas black dos anos 1980 a 2000 — diz Keni.
Além dos shows, o evento abrirá espaço para artistas de graffiti, bem como terá a inauguração da Rua Cruzeiro do Sul, onde Keni cresceu, e o retorno da Vila Olímpica, com confrontos de breaking, competições de jiu-jitsu, basquete, skate, boxe, kickboxing, muay thai, batalhas de rima e de slam.
A Atlântida estará presente no evento, com o Estúdio Atlântida, transmitindo os dois dias do festival pelos canais digitais e com entradas ao vivo na rádio. A marca ainda contará com um espaço de experiência para o público e distribuição de brindes. Já na semana seguinte, para quem quiser reviver os momentos do Rap in Cena, haverá um especial na RBS TV com os melhores momentos do evento.
Chegar a mais pessoas
O Rap in Cena repete nesta edição a parceria com a prefeitura de Porto Alegre, distribuindo gratuitamente 6 mil ingressos para entidades culturais e projetos sociais da cidade – destes, 200 são destinados a pessoas trans e não binárias. Durante o evento, haverá também a Feira Multiempreendedorismo, com o objetivo de apoiar o comércio local.
Para quem for pagar para entrar, os valores não são baixos. O ingresso mais barato, para os dois dias de evento, é R$ 299, com a doação de 5kg de alimentos não perecíveis. Para ficar mais perto do palco, no setor VIP, o valor é R$ 434 (veja detalhes abaixo). Deixar a experiência mais barata para o público, mas sem prejudicar a qualidade do evento, segundo Keni Martins, é o objetivo para o futuro:
— É um grande desafio, porque a gente sabe que cada coisa que acontece aumenta o valor do fornecedor, do artista, que tem um cachê alto, pela equipe com que eles viajam. E ainda tem a questão logística, por estarmos no RS. Então, a cada ano, estamos entendendo como otimizar a operação, adaptando o nosso produto para que ele se torne sustentável. A gente quer conseguir reduzir custos — projeta o idealizador.
Uma das estratégias de Keni é aliar o festival a grandes marcas, já que, segundo o próprio, “bilheteria e bar não pagam o evento”. Desde o ano passado, inclusive, uma marca de cerveja associou seu nome ao nome do festival, que, ao menos até 2026, se chamará Rap in Cena Budweiser.
Nas redes sociais, acumulam-se reclamações sobre o line-up desta edição, mas Keni se mostra tranquilo, visto que, na sua visão, “uma parcela do público não vai se sentir contemplada”. Ainda assim, o idealizador acredita que será uma grande festa para celebrar os 10 anos do evento e, principalmente, para elevar ainda mais a cultura hip-hop.
O line-up completo e os horários de cada apresentação podem ser conferidos no site do Rap in Cena.
Rap in Cena Budweiser - 10 anos
- Neste sábado (16) e domingo (17), das 11h às 23h59min, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Avenida Loureiro da Silva, 255 - Praia de Belas), em Porto Alegre.
- Ingressos: para um dia, a partir de R$ 186 (pista, dentro da modalidade Reconstrução RS, mediante a doação de 5kg de alimentos não perecíveis). Passaporte para sábado e domingo, na mesma modalidade, por R$ 299.
- Pontos de venda: pela plataforma Sympla ou, nos dias do evento, conforme disponibilidade.
- Classificação etária: a partir dos 14 anos, mas com autorização dos pais necessária para todos os menores de 16.