Estrelas da Periferia
Tutty encerra trajetória no Grupo Pyração para seguir carreira solo
Depois de mais de uma década na banda, artista se prepara para lançar EP


Descoberto ainda adolescente em uma roda de samba na comunidade, Emerson Ribeiro, o Tutty, construiu sua trajetória como vocalista do Grupo Pyração ao longo de mais de uma década. Agora, aos 32 anos, ele anuncia sua saída e se prepara para lançar seu primeiro EP solo.
Em entrevista, o cantor relembra os primeiros passos na música, os momentos marcantes com o grupo e os planos que desenham seu futuro como artista independente. Confira.
Como foi a tua entrada no Grupo Pyração?
Foi em 2010. Eu tocava num grupo de pagode formado só por jovens, quase crianças mesmo. A gente fazia uns pagodes na comunidade, e um dos mais conhecidos era no Bar do Elidio – que era pai de um ex-integrante do Pyração.
A galera já se reunia ali para fazer roda de samba, e eu era da turma mais nova. Subia para curtir e fazer umas participações. Foi nesse bar que me descobriram. A partir dali, entrei pro Pyração.
Você era bem novo na época. Com quantos anos começou?
Tinha 16, 17 anos. Era menor de idade, então minha mãe precisava autorizar tudo. Ela assinava uns papéis para eu poder cantar nas casas.
Já sonhava em ser cantor naquela época?
Não sei se cantor exatamente, mas música sempre foi minha vida. Minha família é muito musical. Minha avó era baiana, ligada ao Carnaval, à Copacabana, à Imperadores. Cresci nesse ambiente. Música sempre esteve comigo.
Você nasceu onde?
No bairro Bom Jesus.
E na escola, a música já fazia parte da tua rotina?
Sim! Cantava e estudava. Inclusive tinha aula de música no colégio.
Qual era o nome do colégio?
Nossa Senhora de Fátima.
Como foi teu primeiro show com o Pyração?
Foi tenso. Entrei tocando repique e cantando. Mas deu certo. A galera aprovou e segui com eles.
Teve alguma preparação especial para esse primeiro show?
Nenhuma. Foi no improviso mesmo. Era aquele espírito de “vambora, tamo junto”. Só depois de uns dois, três anos é que comecei a estudar canto. Aí entendi melhor minha área. Sempre gostei de percussão, mas fui descobrindo que cantar também era minha praia.
E o que você estudou exatamente nessa fase de formação?
Estudei bastante canto, especialmente canto black. Gosto dos melismas, dessa onda mais soul. Me encontrei nessa área.
Você sente que evoluiu muito como artista desde que entrou no grupo?
Demais. Quando vejo meus vídeos antigos, noto a diferença. Até minha voz mudou, está mais grave, mais madura. Evoluí muito como artista.
E o que te fez começar a pensar em seguir carreira solo?
Sentia que precisava trilhar meu próprio caminho, mostrar o Tutty de verdade, meu jeito de cantar, minha identidade. Não como parte de um grupo, mas como artista solo.
Quais são os teus próximos passos agora?
Vou lançar um EP. A estreia da minha carreira solo vai ser com esse trabalho. Vou gravar no Rio de Janeiro.
Como está a preparação para esse novo momento?
Estou tranquilo, focado. Descansando bastante, colocando a cabeça no lugar. Estou bem centrado no que quero.
Que conselho tu daria para quem está começando na música?
Paciência e foco. A noite é difícil, exige equilíbrio. Tem muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Sempre é uma escolha. E eu sempre escolhi o melhor caminho. Vai ter momentos em que tu vai querer desistir, mas é preciso persistir.
Tu já pensou em desistir alguma vez?
Sim, várias vezes.
E o que te fez continuar?
Minha família. Minha filha.
Você tem filha? Quantos anos ela tem?
Oito anos.
Como é conciliar a rotina de pai com a de artista?
Eu me viro (risos). Me dou muito bem com ela. Conversamos bastante. Ela é muito esperta.
Você acha que ela tem talento artístico também?
Para cantar eu não sei, mas para dançar com certeza. Ela tem a veia artística.
Ela já te acompanhou em algum show?
Já. E foi incrível. Me deu ainda mais vontade de seguir em frente.
Novas vozes do pagode gaúcho
Cantores e cantoras que sonham em subir aos palcos têm agora uma oportunidade de integrar o time de backing vocals do cantor Tutty em sua nova fase solo. A seleção vai escolher duas vozes para participar de um projeto nacional de pagode, com apoio da produtora Hitmize – Soluções Artísticas.
Para participar, basta enviar um vídeo cantando – até o dia 29 de setembro – para o WhatsApp (51) 99782-0996.
Os melhores materiais serão selecionados para um evento exclusivo, no dia 2 de outubro, onde os finalistas poderão mostrar seu talento ao vivo.
A audição busca vozes com personalidade, presença e vontade de crescer junto ao artista.