Em fábrica de uniformes
Vídeo mostra funcionário colocando soda cáustica em bebedouros de empresa em Canoas
Dois funcionários que tomaram a água precisaram de atendimento médico; um deles, relatou problemas em decorrência das queimaduras em órgãos internos


Após a Justiça confirmar em audiência de custódia a prisão preventiva do homem suspeito de envenenar a água da empresa com soda cáustica, em Canoas, a Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (27), uma sequência de imagens de câmeras de monitoramento que flagraram o momento em que ele coloca a substância e a reação de colegas que beberam a água.
O caso aconteceu na noite de segunda-feira (24). Pelo vídeo, é possível ver que o homem usa uma caneca para colocar a um líquido dentro do bebedouro. A presença da soda cáustica foi confirmada por análise realizada pela própria empresa.
Dois colegas que consumiram a água precisaram de atendimento médico. Na segunda (24), um funcionário precisou ser levado a um hospital para fazer uma lavagem estomacal. No dia seguinte, antes das 7h, uma segunda funcionária passou mal e a polícia foi acionada. Eles não correm risco de vida.
Segundo o delegado Marco Guns, os dois foram ouvidos pela investigação, que tenta descobrir a motivação para o crime.
— As duas vítimas disseram a mesma coisa, que era absolutamente insuportável ingerir. Ela passa queimando desde a língua. As duas vítimas foram gravemente lesionadas, uma precisou de internação para endoscopia, já que foi uma quantidade maior.
Veja o momento da adulteração da água do bebedouro
Suspeito disse à polícia que foi "brincadeira"
Em depoimento, o suspeito admitiu ter colocado uma substância nos bebedouros, mas alegou não saber que se tratava de soda cáustica. Ele também afirmou que havia um histórico de trotes entre os colegas da empresa.
— Mesmo a versão apresentada de ter sido brincadeira, o resultado produzido é extremamente grave na vida íntima dessas pessoas — frisa o delegado. — Uma vítima foi ouvida no hospital e a que estava na delegacia tem que a cada minuto parar, respirar e lubrificar. É impossível dormir com a queimação na língua, esôfago, estômago. Não é nada perto de uma dor de garganta — relata Guns.
Pena para o crime pode chegar até 15 anos de reclusão
A pena prevista para o crime de envenenar água potável é de 10 a 15 anos de reclusão.
— Seja qual for a conclusão que a gente venha a ter da conduta do investigado, nós temos que ter como norte a alta reprovação do resultado que foi produzido nas vítimas — disse Guns.
O nome do suspeito não foi divulgado pela Polícia Civil até o momento. A Alsco Uniformes, onde o caso foi registrado, afirmou que não irá se manifestar.