Economia e Política



Produto peixeiro

Azimut apresenta iate de R$ 11 milhões produzido em Itajaí

Embarcação de 70 pés traz o que há de mais luxuoso para o mar

20/03/2014 - 12h03min

Atualizada em: 20/03/2014 - 12h03min


Iate tem 21,6 metros de comprimento e chega a uma velocidade de 62 quilômetros por hora

O design é italiano. A tecnologia de navegação, norte-americana. Mas o mais novo iate de 70 pés da Azimut a navegar em águas brasileiras teve montagem 100% nacional. A empresa náutica, que tem em Itajaí sua única fábrica nas Américas, se prepara para lançar oficialmente para o mercado o primeiro Azimut 70 brasileiro. Enquanto não é entregue ao dono - um carioca cujo nome é mantido em segredo - a embarcação passa pelos últimos testes em Balneário Camboriú.

Dotado de diferenciais como grandes janelas de vidro que permitem luminosidade natural e sistema de estabilidade que não deixa o barco balançar - um alívio para quem sofre de enjoo marítimo - o iate made in Itajaí custa mais de R$ 11 milhões. Nada que assuste a seleta clientela que investe em embarcações de passeio de luxo. Desde que anunciou a construção do primeiro modelo de 70 pés, a Azimut já recebeu outras três encomendas do modelo nacional. Do início da construção até a entrega, cada embarcação leva seis meses para ficar pronta.

- A primeira levou mais tempo, exigiu mais de um ano somente para o projeto - diz Davide Breviglieri, CEO da marca no Brasil.



 Confira a galeria de fotos com detalhes da embarcação

Todos os passos da construção da Azimut 70 foram acompanhados de perto pela matriz europeia. Técnicos italianos estiveram na Marina Tedesco, onde tem sido mantida a embarcação, para testar todos os componentes e o comportamento do iate nacional na água. A ideia é que o barco seja exatamente o mesmo fabricado na Europa - inclusive nos pormenores.

O estaleiro em Itajaí ainda importa da Itália 60% dos itens que coloca nos barcos, o que inclui o mármore, os tecidos e as peças de madeira, em carvalho decapê. A decoração do iate leva a assinatura do italiano Carlo Galeazzi, e reproduz o mesmo estilo na área de convivência, nas quatro suítes e no flybrige - parte superior da embarcação que, no caso da Azimut 70, tem 30 metros quadrados com mobiliário revestido de couro tratado, capaz de resistir às intempéries e ao inevitável bronzeador.

Produção crescente

O Azimut 70 é o quarto modelo em produção em Itajaí. O estaleiro, que se instalou na cidade em 2010, também tem no portfólio embarcações de 43, 48 e 60 pés. Outros dois modelos estão em fase de projeto e, embora Breviglieri prefira não revelar quais serão os próximos Azimut nacionais, adianta que um deles terá menos, e outro mais do que os 70 pés do mais recente lançamento.

- Há um mercado com potencial muito grande, temos novos clientes todos os dias no estaleiro. Alguns já passaram pela 43, pela 60 (pés), e agora estão interessados na 70 - comenta Breviglieri.

Mais do que vontade, é preciso dispor de uma carteira recheada para manter o iate. Além de vaga em marina, devido ao tamanho a embarcação prevê que haja pelo menos dois tripulantes pagos a bordo. E o preço do tanque cheio pode desanimar os mais afoitos: são 4,6 mil litros de combustível para uma autonomia de 10 horas, ao custo de R$ 15 mil.

Investimento em qualidade

Para produzir os quatro modelos do portfólio, a Azimut brasileira tem cerca de 300 funcionários. Só na produção do primeiro modelo de 70 pés trabalharam diretamente 35 pessoas, em um serviço essencialmente manual.

Davide Breviglieri, CEO da marca, diz que embora os trabalhadores da região estejam acostumados à indústria naval, há pormenores na construção de barcos de lazer que dependem de treinamento, por isso a relação tão próxima com a matriz italiana.

A empresa também fechou este ano acordo com o Senai, e está oferecendo cursos de qualidade, plano de carreira, hidráulica, elétrica e cadeia produtiva.

Em quatro anos a Azimut triplicou o espaço da fábrica em Itajaí e, não por acaso, viu crescer o portfólio de montagem. Saltou de seis embarcações entregues no primeiro ano no Brasil para quase 30 no ano passado - um aumento na produção que fez do estaleiro ponto de encontro da seleta clientela. Como a empresa permite que o proprietário acompanhe todos os passos da montagem do barco, a quantidade de visitações não para de crescer.


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