Segurança



Painel RBS

Rodrigo Pimentel destaca "efeito Al-Qaeda" em atentados em Santa Catarina

Comentarista acredita que facções criminosas do Estado não tem organização suficiente para orquestrar tantos ataques

26/02/2013 - 11h26min

Atualizada em: 26/02/2013 - 11h26min


Especialista em segurança pública, Rodrigo Pimentel viu mais violência em atentados no Rio de Janeiro

Depois de um primeiro bloco dedicado à perguntas ao ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, foi a vez de Rodrigo Pimentel, comentarista de segurança da Rede Globo, e Tullo Cavallazzi Filho, presidente da OAB Santa Catarina, discutirem questões de segurança público no Estado. Ainda no início do segundo bloco, o apresentador do Painel RBS confirmou mais um atentado no Estado, que estava sob investigação. Na noite de domingo para segunda dois homens atiraram contra a casa de um policial militar.

Para Rodrigo Pimentel, as ações que se deflagraram depois dos primeiros atentados se assemelham com o efeito causado pela Al-Qaeda - organização terrorista e fundamentalista islâmica - em que pessoas aleatória promovem a violência em nome do grupo, sem ter recebido ordens diretas. O comentarista acredita que o crime organizado no Estado não tem estrutura para orquestrar um número tão grande de atentados e relembrou ainda as ações ocorridas em Vitória, no Rio de Janeiro e São Paulo, que foram mais violentas do que as registradas em Santa Catarina. 

- O crime organizado é aquele transacional, com uma hierarquia rígida, que lava dinheiro. O crime organizado aqui em Santa Catarina não tem todas essas características - ponderou Pimentel.

Para ele, o sistema prisional catarinense está acima da média e merece elogios, mas situações de agressão aos presos, como a ocorrida em Joinville, não podem ocorrer novamente. 

- Criminoso assalta, sequestra, rouba banco e não queima ônibus. Se isso está acontecendo, é por que alguma coisa está errada - afirmou.

Pimentel explica que os presídios tem a obrigação de punir, ressocializar e neutralizar e que, se isso não está acontecendo, é preciso sofisticar o sistema. O comentarista acredita que ações como garantir trabalho aos presos são saídas para que as organizações criminosas não sejam retroalimentadas.

Para o presidente da OAB Santa Catarina, Tullo Cavallazzi Filho, é importante detalhar as motivações que levaram aos atentados. 

- Embora números acima da média nacional, a infraestrutura dos presídios ainda deixa a desejar - declarou.

De acordo com Cavalazzi, o papel da OAB passa pela fiscalização das situação dos apenados. É preciso que os advogados avisem sobre as situações equivocadas em tempo real para que as autoridades possam tomar providências e não deixem que a violência chegue a este ponto. Ele ressaltou ainda que as investigações dos advogados presos nas últimas semanas continuam. 

-  É uma exceção, que fique muito claro. Milhares de advogados frequentam os presídios e conversam com os presos dentro das normas estabelecidas. Se for comprovado que houve atuação destes advogados, eles serão suspensos temporariamente. Advogado que pratica crime não é advogado, é criminoso - declarou.


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