Polícia



Chacina na Zona Norte

Mortes com tiros na nuca e na cabeça apontam execução fria

Polícia ouve vizinhos e parentes de família morta na Zona Norte de Porto Alegre. Crime não tem características de guerra de facções, diz delegado

03/06/2016 - 16h31min

Atualizada em: 03/06/2016 - 16h39min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Começou a se consolidar nesta sexta-feira o tipo de crime em que cinco pessoas da mesma família foram mortas na Rua José Marcelino Martins, Bairro Itú-Sabará, Zona Norte da Capital.

Pela manhã, a Polícia Civil confirmou que quatro das cinco vítimas foram mortas com tiros na cabeça e na nuca, reforçando a tese de uma execução, sem chance de defesa. Entretanto, o crime parece longe daquilo que ocorre com mais frequência na Região Metropolitana.

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– Na minha opinião, pela forma como ocorreu essa execução, foge completamente do que se vê nos crimes que envolvem tráfico de drogas e guerra entre facções – disse o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Paulo Grillo.

Somente não teria sido baleado o bebê de um mês. Walmyr Felipe Figueiró, 29 anos, teve um tiro na nuca. João Pedro Figueiró, cinco anos, Lourdes Felipe, 64 anos, e Luciane Felipe Figueiró, 32 anos, também receberam disparos na cabeça, nas laterais, segundo o diretor do Departamento de Homicídios.

Cápsulas calibre 22 foram encontradas perto dos corpos, e esse deve ser o calibre da arma do crime, não encontrada no local. Entre 10 e 15 pessoas haviam sido ouvidas pela equipe da 5ª DHPP até o final desta manhã, entre vizinhos e familiares.

Mais pessoas devem ser ouvidas nos próximos dias, entre elas o pai do bebê morto, que mora em Santa Catarina e, segundo a polícia, é um policial militar da reserva. O pai da criança de cinco ano não havia ainda sido identificado.

Por enquanto, a polícia afirma não existir suspeito do crime, nem ainda uma tese confirmada sobre a motivação. Um dia depois de encontrados os corpos, também começa a se delimitar o dia do crime. Ainda sem um laudo oficial, a polícia trabalha com a execução tendo ocorrido a partir de quarta-feira da semana passada. Devido ao estado de decomposição dos corpos, peritos e policiais tiveram de usar máscaras.

Sobre a rotina da família, a polícia sabe dizer agora que ninguém tinha emprego ultimamente. Todos estariam vivendo da pensão da idosa, que era viúva. E a droga encontrada sob o corpo de Walmyr foi identificada como sendo crack e cocaína, distribuída em dez petecas.

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