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Aplicativo que une pets e adotantes lança nova versão

Ferramenta busca unir interessados na adoção de animais que estão à disposição com base nos perfis de ambos os lados

15/07/2022 - 13h57min

Atualizada em: 15/07/2022 - 15h08min


Arquivo pessoal / Reprodução
A segunda versão permite ao interessado conferir quais animais disponíveis para adoção estão geograficamente próximos

Lançado em 2021 pela ONG gaúcha Bendito Bicho, o aplicativo gratuito Na.Mosca busca diminuir a rejeição de animais disponíveis para adoção em ONGs e em canis de protetores voluntários. 

Ano passado, o DG contou como a primeira versão da ferramenta utilizava um teste de perfil, composto por uma série de perguntas a respeito da rotina, preferências e disponibilidade do adotante, para indicar quais animais cadastrados no aplicativo são mais parecidos com o perfil e estilo de vida do interessado.

Quase um ano depois da reportagem, a plataforma lançou a sua segunda versão, que além de traçar esse perfil de compatibilidade, permite ao interessado conferir quais animais disponíveis para adoção estão geograficamente próximos. 

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O layout também foi reformulado e agora o aplicativo conta com a opção de compartilhar o perfil de um bichinho com amigos. Todas as novidades, segundo Márcia Messa, 43 anos, uma das idealizadoras da iniciativa, foram feitas para garantir uma melhor experiência do usuário e ainda mais adoções.

Superação 

Além dessas novidades, Márcia conta que a meta de adoções para 2022 já está quase superada. A previsão da equipe era que, até o fim do ano, 300 adoções fossem feitas por meio do aplicativo. Contudo, o mês de junho fechou com 255 conexões feitas, ou seja, correspondendo a 85% da meta ainda na metade do ano.

Apesar de ser uma iniciativa gaúcha, a área de cobertura do aplicativo também se expandiu. Agora a atuação é nacional, cobrindo as principais capitais do país e o interior do Rio Grande do Sul.

Vidas conectadas

Além de ser prática para quem procura uma nova companhia no cotidiano, a ferramenta também proporciona adoções de animais que, através de outros métodos, não foram escolhidos, ou que, por algum motivo, retornam ao abrigo. 

É o caso da cachorrinha Maggie, uma boxer de cerca de seis meses. Ela foi entregue para uma ONG pois estava passando por maus-tratos e, por ter queimaduras oriundas da negligência dos antigos donos, não estava conseguindo adoção. 

– Após o cadastro (no aplicativo), alinhei o perfil de busca que procurava. A primeira opção foi a Erika (nome dado pelo primeiro dono). Ela estava sendo maltratada por alguém com bitucas de cigarro e outras coisas que não são nada saudáveis. Sabendo de toda a história e do perfil compatível, sinalizei que queria ser o tutor dela – conta o advogado, André Zanella da Rosa, 26 anos. 

Com o animal desde abril, a ideia de devolver a cachorrinha nem passou pela cabeça de André. 

– Uma das melhores coisas que aconteceram foi me cadastrar no Na.Mosca e localizar a Maggie. Isso melhorou o meu ano – se alegra. 

Arquivo pessoal / Reprodução
Sabendo da história e do perfil compatível, André resolveu ser tutor de Maggie

Tempo

A gatinha Paçoca também foi adotada por meio do aplicativo. Ela chegou no lar da técnica de enfermagem Luana Nicolay, 27 anos, depois de a família decidir que o gato Fumaça precisava de uma amizade. 

– Ele se sentia só, então, buscamos a adoção para ele ter companhia – explica Luana. 

Há quase um mês na nova casa, a gatinha já conquistou o coração da família, principalmente da filha de Luana, Yasmin, sete anos, que se apaixonou pelo animal logo no primeiro encontro.

Por estar em processo de adaptação, às vezes Paçoca se assusta ou demonstra algum desconforto – algo normal nos primeiros períodos das adoções. Porém a família dribla isso com muito carinho e paciência. 

– Esses animais demonstram a tristeza no olhar e nas atitudes, então, tem que ter bastante calma e dar tempo para eles se adaptarem. Quem opta pela adoção deve ter isso em mente, mas não há nada que o tempo não cure – conclui. 

Reprodução / Arquivo pessoal
A família dribla a adaptação com muito carinho e paciência

De uma conversa para um projeto

A iniciativa que surgiu há seis anos, de uma conversa de banheiro entre Márcia e a amiga Aline Tesser, 37 anos, não tinha a pretensão de algum dia lançar um aplicativo que promovesse conexões entre pets e adotantes.

A ideia inicial das amigas era fotografar animais de ONGs e postar na internet, com o intuito de dar visibilidade para esses bichinhos e promover adoções responsáveis. 

Acontece que na época nem Márcia nem Aline tinham conhecimentos de fotografia. Elas então decidiram fazer um curso de foto para aperfeiçoar o projeto. Com o tempo, o trabalho foi melhorando, a página foi crescendo e voluntários foram se somando à iniciativa. 

Arquivo pessoal / Reprodução
Aline Tesser e Márcia resolveram iniciar um projeto voluntário

Foi em 2020 que o projeto foi registrado como ONG e as atuações da organização começaram a se expandir. No ano seguinte, o aplicativo Na.Mosca surgia.

– O aplicativo veio para apoiar os protetores voluntários e diminuir as tão temidas devoluções. Já no primeiro passo dentro do aplicativo nós tentamos direcionar, por meio de perguntas e da localização, o potencial adotante e mostrar aqueles animais que são parecidos com ele – resume Márcia. 

Participe

/// Para utilizar, basta baixar o aplicativo Na.Mosca, disponível para download em dispositivos com sistema Android e IOS, realizar um cadastro rápido e responder um teste de perfil. Depois de encontrar o animal mais compatível, a ONG em que ele está abrigado entra em contato e um primeiro encontro é marcado. Caso o “match” aconteça, a adoção é concluída. 

/// Informações de como ser parceiro da iniciativa ou fazer anúncios na plataforma podem ser obtidas pelo telefone (51) 99828-6632, com Márcia. 

/// Doações para a ONG Bendito Bicho podem ser feitas através da campanha de arrecadação, disponível em: apoia.se/benditobicho

/// Pessoas interessadas em participar como voluntárias na ONG podem se candidatar através do Instagram @benditobichopoa.

Produção: Júlia Ozorio



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