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Campanha solidária

Gaúcha pede ajuda para representar o Brasil em festival de dança nos EUA

Convidada para representar o país em Nova York, bailarina de 21 anos do Bairro Petrópolis tem até abril de 2015 para arrecadar os R$ 25 mil da viagem

19/12/2014 - 07h05min

Atualizada em: 19/12/2014 - 07h05min


Ricardo Duarte / Agencia RBS

É na ponta dos pés que Manoela Santos, 21 anos, pretende ultrapassar o que considera uma porta que se abre: ir aos Estados Unidos, em maio de 2015, para representar o Brasil no Valentina Kozlova International Ballet Competition, um dos maiores festivais de dança do mundo. Para isso, porém, precisa de ajuda para arrecadar os R$ 25 mil que garantirão dez dias de muitos treinos e apresentações para as principais companhias de balé.
Manoela conquistou o direito de representar o país ao ser eleita a melhor bailarina entre os cerca de 5 mil dançarinos brasileiros e estrangeiros que se apresentaram no Sul em Dança, realizado em São Leopoldo, em setembro passado. Foi lá que uma olheira do festival norte-americano a convidou para ser a representante "sênior" brasileira, acima de 16 anos.

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- Enviei meus vídeos para os jurados americanos e fui aprovada para ir direto à final da competição. Mas, até então, não sabia que o festival poderia me dar a chance de conquistar uma bolsa de estudos em companhias de diferentes partes do mundo. Isso é uma oportunidade única para uma bailarina - comenta, entusiasmada, Manoela.
 
"Coragem e dedicação, eu tenho"

Monitora voluntária desde os 15 anos no projeto social Ballet Para Todos, que oferece aulas gratuitas para meninas carentes no Centro Comunitário da Restinga (Cecores), no Bairro Restinga, Manoela tornou-se aos 18 professora contratada da prefeitura para atuar no projeto. As aulas, existentes desde 2002, são uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a escola de balé da mãe de Manoela, a bailarina e coreógrafa Elizabeth Santos. Em 2012, o Diário Gaúcho publicou uma reportagem sobre a iniciativa.

- Sempre acreditei que o balé deve ser oportunizado para todas as classes. É um ensinamento da minha mãe, que dedica a vida a dar aulas para quem jamais teria esta chance - explica a jovem.

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Mas é árdua a rotina da menina que começou no balé aos dois anos: duas vezes por semana, Manoela dá aulas na Tinga. Para não perder a técnica, ensaia três horas diárias de segunda a domingo. E ainda concilia o balé com as aulas no sexto semestre de História, na Puc. Até a alimentação precisa ser controlada, para que continue com 47kg distribuídos em 1,68m. Há anos, Manoela não ingere doces, refrigerantes e sorvetes.

- Balé é assim: ou tu escolhes dançar, ou tu escolhes comer. Eu quero dançar. Quero realizar o meu sonho de dançar numa companhia dos Estados Unidos. Coragem e dedicação, eu tenho - garante, determinada, Manoela.

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Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS

Desde o convite para o festival nos Estados Unidos, familiares, amigos e dançarinos de outras companhias gaúchas têm ajudado a bailarina a arrecadar o dinheiro da viagem. Rifas estão sendo feitas, uma caixinha de contribuição fica na entrada da escola de balé da qual ela faz parte e dois espetáculos foram programados para arrecadar fundos. O primeiro deles ocorreu no dia 14. A segunda oportunidade ocorrerá no sábado, quando a escola da qual faz parte, Ballet Elizabeth Santos, realizará uma apresentação no Teatro Renascença, às 20h, cujo valor do ingresso é R$ 15. A renda será revertida para a viagem.

- Quando ela tinha uns oito anos, me disse: mãe, ainda vou dançar no American Ballet Theatre (umas das principais companhias de balé do mundo). E eu pensava: coitadinha, jamais teremos condições de mandá-la para lá. E, agora, esta chance está mais perto do que nunca - comenta, emocionada, Elizabeth.

* Para ajudar: (51) 9172-7932

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