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Papai Noel magrinho

Vagas temporárias de Natal caem pela metade

No embalo da crise econômica que o país enfrenta, poucos empresários pretendem reforçar equipes neste fim de ano

07/10/2015 - 14h26min

Atualizada em: 07/10/2015 - 14h26min


Lauro Alves / Agencia RBS
Thainá está de olho em uma das oportunidades

Em anos anteriores, a esta altura de outubro, muitas agências de emprego na Capital selecionavam trabalhadores temporários para preencher as vagas abertas no comércio para as vendas de Natal. Este ano, porém, o cenário é diferente. As agências de recursos humanos consultadas pelo DG nesta semana, que costumavam divulgar dezenas de vagas nesta época em outros anos, ainda não têm seleções em andamento.

- As empresas estão segurando gastos em tudo, inclusive com os temporários - considera Sabrina Silva, consultora de recursos humanos da Cursor.

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O presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer, observa que as empresas dispostas a contratar estão retardando a admissão.

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- Normalmente, as contratações começam em setembro. Agora, devem ser postergadas para novembro.

Rende mais

Na Capital, a oferta deve cair pela metade. Vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, a CDL Poa, Sérgio Galbinski conta que, no ano passado, foram contratados 3,5 mil trabalhadores. A projeção para este ano é de 1.750.

- Das lojas, 90% são de pequeno porte. Então, o dono prefere trabalhar mais para não contratar. Em lojas maiores, há muitos empresários preferindo pagar hora extra para os atuais funcionários do que contratar novos e gastar para treiná-los - explica Sérgio.

Thainá Oliveira, 21 anos, do Jardim Itu Sabará, quer uma destas 1.750 vagas. Ela prefere serviços temporários e revela que esta época é a que tem maior rendimento. Já foi assistente do Papai Noel e, em 2015, deve trabalhar num shopping da Capital:

- Gosto de ser temporária pelo dinheiro, que é melhor do que uma vaga fixa, e porque nunca enjoo.

Efetivação

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, projeta números parecidos com os da CDL. Ele destaca que o emprego temporário ainda pode representar chance de conseguir a vaga fixa:

- É a chance de os temporários darem o máximo para tentar a efetivação.

Pouca oferta é resultado da queda de vendas

A pesquisa da Fecomércio-RS divulgada ontem dá força aos números projetados pela FCDL-RS e CDL Poa. Ela aponta que o varejo, tradicionalmente o setor onde há mais chances, pretende buscar menos temporários. Segundo a entidade, a contratação de funcionários será a opção de 22,7% dos estabelecimentos do comércio no Estado, contra 39,8% do ano passado, um recuo de 43% no número de empregadores.

Presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn avalia que o resultado da pesquisa é reflexo do pessimismo com a economia.

- Não podemos esconder que há uma crise. Vamos passar por ela, mas este é mais um sinal da situação que vivemos - avalia.

A pouca oferta é reflexo da perspectiva de diminuição das vendas de Natal. Conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a data vai movimentar R$ 32,2 bilhões, retração de 4,1% em relação a 2014.


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