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Desemprego

Empresa de call center fecha e demite 600 trabalhadores em São Leopoldo

Além de não receber o salário de novembro e o 13º, funcionários não têm garantias de quando receberão direitos trabalhistas

07/12/2015 - 17h09min

Atualizada em: 07/12/2015 - 17h09min


Jeniffer Gularte
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Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Trabalhadores se reuniram na Justiça do Trabalho de São Leopoldo

Após serem avisados na sexta-feira do fechamento da empresa de call center AtendeBem de São Leopoldo, parte dos 600 funcionários demitidos fizeram protesto na manhã desta segunda-feira em frente à sede da empresa e, em seguida, foram para a Justiça do Trabalho da cidade.

Com 15 anos de atuação no mercado, a AtendeBem prestava serviços para bancos e operadoras de telefonia. Por meio de comunicado, os trabalhadores foram informados de que o fechamento ocorreu devido à conjuntura econômica, ao aperto de crédito e à postura dos clientes, "que pagam cada vez menos" pelos serviços prestados.

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No comunicado, a empresa informa que os direitos trabalhistas serão pagos apenas quando a empresa tiver verbas liberadas de uma ação judicial da AtendeBem contra seus clientes que corre na 2ª Vara do Trabalho de São Leopoldo. Além de direitos como multa rescisória e saque do FGTS, os trabalhadores também não receberam o salário de novembro, a primeira parcela do 13º salário e a comissão do mês.

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O diretor executivo do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicação (Sinttel), Augusto Retamal Neto, está buscando a mediação da Justiça do Trabalho para, em um primeiro momento, conseguir ao menos a liberação do FGTS e o encaminhamento do seguro-desemprego. Segundo ele, o sindicato já havia enfrentando dificuldades para negociar o acordo coletivo para dissídio da categoria, cuja data-base é em 1º de setembro.

Depois de trabalhar quatro anos na empresa, a analista de treinamento Franciele de Souza da Silva, 22 anos, ainda está surpresa com o fechamento repentino da AtendeBem. Ao saber da notícia, conta que ficou em choque:

- De manhã, me avisaram que eu poderia ir embora, que por aquele dia estava dispensada. À tarde, soube por mensagem de celular de outros colegas que a empresa havia fechado. Para mim, foi uma surpresa. Sempre ouvia nos corredores que eles estavam falindo, mas não sabia de nada. Foi realmente um susto.

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A operadora de telemarketing Cristala Dorneles Souza, 27 anos, conta que, além de estar sem o salário e o 13º terceiro, também não recebeu sua comissão do mês. Sem ter como pagar as contas, está inconformada por não ter nenhuma certeza de que seus direitos serão pagos. 

- Não temos certeza de nada, está todo mundo desesperado _ conta ela, há oito meses na empresa.

O Diário Gaúcho contatou a assessoria jurídica da AtendeBem, porém, os advogados não conseguiram falar com a direção da empresa.

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O que fazer nestes casos

- Com urgência, o trabalhador deve procurar o sindicato que representa a sua categoria e/ou um advogado trabalhista para que sejam ajuizadas ações o mais rápido possível.
- A primeira ação deve solicitar o direito de pagamento dos salários, verba rescisórias, seguro-desemprego e FGTS.
- Já a segunda deve solicitar o bloqueio de dinheiro, bens e crédito da empresa para garantir o pagamento da primeira ação. Por isso, a importância de ajuizar as ações emergencialmente.

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