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Dia Mundial sem Tabaco

Inspire-se nas histórias de quem conseguiu largar o cigarro e saiba onde procurar tratamento de graça

No Dia Mundial Sem Tabaco, duas histórias de quem largou o vício e as possibilidades de tratamento pelo Sus na Região Metropolitana

31/05/2016 - 10h00min

Atualizada em: 31/05/2016 - 10h01min


Após fumar por 15 anos, Brenda tem uma nova vida longe do vício

Depois de perceber que não tinha fôlego para acompanhar as sapequices da filha Isabela, agora com dois anos a meio, a relações públicas Brenda La Rosa, 34 anos, de Porto Alegre, enfim, venceu o principal vilão da sua vida há um ano e dois meses. Já a costureira aposentada Eliege Ross dos Santos, 55 anos, chegou a fazer a duas cirurgias nas artérias do coração em um mesmo ano para então se convencer de que era hora de deixar o vício, há três anos. Mesmo com tantos prejuízos, ambas precisaram de muita força de vontade para entrar no grupo dos ex-fumantes.

No Dia Mundial Sem Tabaco, criado 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer um alerta sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo, Brenda e Eliege refletem sobre a nova história que começaram a viver sem a companhia do cigarro. Incentivadas por suas famílias, cada uma delas refez a rotina e adotou hábitos que ajudaram a vencer o vício.

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Brenda passou a ter uma rotina de exercícios em casa e na academia e a levar para o trabalho frutas picadas. Toda vez que tinha vontade de fumar, beliscava algo. Eliege começou a fazer caminhadas e a beber água. Em pouco tempo, elas ganharam mais fôlego e perceberam mudanças no corpo, no cabelo e na pele.

– Vontade de fumar até hoje eu tenho, às vezes até sonho que estou fumando, mas, para mim, isso hoje não é uma possibilidade. Hoje eu já consigo correr na esteira e antes não conseguia nem correr atrás da minha filha – lembra Brenda, que fumou por 15 anos.

– Eu achava que nunca iria conseguir parar de fumar, tem que ter força de vontade. É difícil. Tem que parar de uma vez só. Ou eu parava de fumar, ou não adiantaria eu gastar em remédios para me tratar do coração – avalia Eliege, fumante por 35 anos.

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Novas possibilidades

Eliege e Brenda trilharam o caminho mais indicado para abrir mão do vício. O ideal é encontrar algo que ocupe o lugar do cigarro e que agregue valor a vida da pessoa, ensina o Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Santa Casa, o pneumologista Luiz Carlos Correa da Silva:

– Cada um vai achar seus caminhos. O principal é a pessoa valorizar sua autoestima e considerar que o seu corpo merece ser preservado.A fase mais difícil, segundo Luiz Carlos, é o começo do processo de desintoxicação. Mudar a rotina, para que o cigarro esteja fora dela, é fundamental. Assim que o paciente abandona o hábito, os primeiros benefícios já são visíveis:

– Imediatamente, a pessoa que para de fumar já começa a ter olfato para fragrâncias mais finas e o paladar volta ao normal.

Depois de 24 horas, as chances de infarto também reduzem e, em um mês, o fôlego já melhora. Porém, em muitos casos, a vontade de fumar ainda persiste, mesmo muito tempo após a pessoa deixar o cigarro:

– Uma vontade é algo momentâneo e instintivo. A fissura dura de cinco a dez minutos e passa. Se, nesse período, a pessoa se conter, ela consegue desviar a atenção e fazer com que a frequência dessa vontade diminua cada vez mais.

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Dicas da Brenda e da Eliege
– Quando vem a vontade de fumar, comer pequenos pedaços de frutas.
– Não substituta o cigarro por doces.
– Ter uma garrafa de água de 500ml sempre por perto.
– Fazer exercícios físicos.
– Evitar locais locais que são frequentados por fumantes.
– Comunicar sua decisão aos familiares próximos e pedir que eles colaborem com ela.
– Preste atenção na história de pessoas conhecidas que também pararam de fumar e o que mudou na vida delas.
– A fissura por acender um cigarro dura poucos minutos. Tente pensar em outra coisa ou fazer alguma atividade.

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