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Seu Problema é Nosso

Idosa de Alvorada aguarda há seis anos consulta com ortopedista para trocar prótese na perna esquerda

A Secretaria Municipal da Saúde informou que ela terá que passar novamente pelo posto com um clínico geral

11/01/2017 - 08h18min

Atualizada em: 11/01/2017 - 08h19min


Carolina Lewis
Carolina Lewis

– Eu só quero conseguir caminhar sem dor.

A frase é da aposentada Vera Lúcia da Silva Carvalho, 62 anos, que espera há seis anos para trocar a prótese que tem na perna esquerda. Este é o tempo que a moradora do Bairro Maria Regina, em Alvorada, aguarda uma consulta com ortopedista pelo Sistema Único de Saúde (Sus). A morosidade acabou piorando o seu estado de saúde: o osso entortou, provocando fortes dores e impedindo a aposentada de caminhar normalmente.

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– Eu faço as coisas me arrastando. Caminho de bengala e, mesmo assim, preciso me apoiar nos móveis – relata a idosa.

Há 17 anos, Vera Lúcia sofre de uma doença chamada osteocondromatose, que caracteriza-se pelo surgimento de caroços ósseos no esqueleto. No caso dela, o problema se manifesta na tíbia (maior e mais interno dos dois ossos da perna).

Quando descobriu a doença, ela era funcionária da prefeitura de Porto Alegre e tinha um plano de saúde que dava direito a consultas no Hospital Porto Alegre, onde iniciou o tratamento e fez uma cirurgia de colocação de uma prótese.

Há cerca de seis anos, a alteração no valor do plano de saúde a impediu de manter o convênio e Vera passou a procurar o Sus para continuar o tratamento.

A aposentada conta que solicitou uma consulta no posto de saúde perto de sua casa, mas nunca foi chamada.

– Eu já perdi as esperanças – lamenta.

Remédios fortes

Sabendo das condições financeiras da idosa, um ortopedista especializado em tumor ósseo, com quem ela consultou particular algumas vezes, continuou atendendo Vera sem cobrar nada.

A cada seis meses, sempre após as consultas do dia, o médico encaixa a aposentada, e prescreve medicações para dor e exames. No entanto, nem os remédios mais fortes estão sendo suficientes para acabar com o sofrimento da paciente.

– O remédio que ela toma é "parente" da morfina, não tem mais o que fazer, pois as pernas dela não desincham mais. Se ela tivesse conseguido a consulta antes, não estava neste estado – relata a filha de Vera, a dona de casa Lisiane Carvalho Ávila, 39 anos.

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Vera terá de retornar ao posto

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Alvorada, a última consulta com clínico geral, na UBS Cedro, na qual Vera recebeu encaminhamento para ortopedista, foi em 2008. Mas a paciente nunca foi chamada pelo especialista.

Em janeiro de 2016, Vera esteve novamente no posto, mas apenas para renovação de receita.

A secretaria esclarece que a prefeitura conta com ortopedista. A orientação é que Vera retorne à UBS Cedro, passe pelo clínico e, se for o caso, ele encaminhará para o especialista. É o município quem inclui o nome da paciente no setor de regulação do Estado, em caso de necessidade de cirurgia.



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