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Pesquisar é a saída para economizar no material escolar. Veja preço de 20 itens em oito lojas da Capital

A reportagem percorreu estabelecimentos em Porto Alegre atrás do menor preço. Quem for hoje para as ruas pode encontrar diferenças de 2.200% no mesmo item

11/01/2017 - 04h02min

Atualizada em: 11/01/2017 - 04h04min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Pais e responsáveis precisam, se é que já não começaram, a preparar o bolso para a compra do material escolar dos pequenos. Isso porque os fabricantes desses itens já estão avisando que os preços desses produtos sofrerão aumento entre 5% e 10% em relação ao ano passado, perto do que se projeta para a inflação do ano, 6,9% nos últimos 12 meses, conforme o IBGE. A estimativa é da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae), que coloca a culpa do aumento também sobre os impostos.

– A alta carga tributária incidente sobre materiais escolares, com média superior a 40%, também pressiona muito os preços – argumenta o presidente da Abfiae, Rubens Passos.


E, para atenuar o impacto no orçamento, o presidente da Abfiae recomenda a compra antecipada de materiais escolares e a pesquisa em, pelo menos, três pontos de venda. Para quem perdeu dezembro, o momento das compras seria já.

A reportagem foi conferir o que aguarda o consumidor em oito estabelecimentos de Porto Alegre: cinco papelarias (as pesquisadas pelo Procon Municipal no ano passado), as duas maiores redes de supermercados e uma loja de departamentos.

Com o auxílio de instituições de ensino, a reportagem elaborou uma lista de 20 itens necessários na largada do ano letivo e foi procurar em cada local o produto com preço mais baixo, independentemente do modelo.

Com esse único critério – o menor preço –, a diferença entre os valores é gigante. Isso porque lojas mais populares do Centro da Capital oferecem opções bem mais simples do que um supermercado, por exemplo.

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O apontador, indispensável em qualquer lista, é o exemplo principal: pode ser encontrado por valores entre R$ 0,30 (comum) e R$ 6,90 (com reservatório), uma variação de 2.200%. A caneta é outra estrela dessa gangorra, indo de R$ 0,50 a R$ 6,90, uma variação de 1.280%. Para o Procon de Porto Alegre, essas discrepâncias não são surpresa.

– É, justamente, nos pequenos itens que as variações são mais significativas. Borracha, por exemplo, varia muito. Já os itens mais caros são mais parecidos – afirma o diretor executivo do Procon da Capital, Cauê Vieira.

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Compras com crianças

Quanto mais perto da volta às aulas – 20 de fevereiro (rede privada) e 6 de março (redes estadual e municipal de Porto Alegre) –, alerta o diretor do Procon, mais altos ficarão os preços. E os pais poderão ter mais dificuldade para achar os itens mais baratos.

Ele também alerta para as diferenças de preços causadas pelas marcas licenciadas. Capas de caderno com super-heróis, por exemplo, são mais caras por causa disso. Para fugir dessas armadilhas, ele aconselha aos pais não fazerem as compras junto com os filhos, que logo se agarram a esses apelos.

Em uma papelaria no Centro da Capital, a dona de casa Élida Ouriques de Andrade, 50 anos, desrespeitava sem medo esta regra de economia. Estava acompanhada por quem vai usar os itens no ano letivo, seu filho Miguel Luiz, 11 anos. Receio de que o garoto pressione por aqueles produtos mais caros? Nenhum.

– Pelo contrário, ele é que me ajuda na cotação dos preços. Temos um acordo de que o que sobrar aqui pode ser usado para outras coisas – explica Élida.

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Feira na Praça da Alfândega


Quem esperar mais duas semanas para as compras pode ganhar um aliado bem-vindo nessa época do ano em Porto Alegre, a Feira do Material Escolar. Por enquanto, a prefeitura confirma apenas o período de realização da feira, de 25 de janeiro a 4 de março, na Praça da Alfândega. No ano passado, foram oferecidos produtos de 25 marcas com preços entre 5% e 15% mais baixos do que os praticados no mercado.

Dicas para poupar na comprar

– Antes de ir às compras, verifique o que seu filho usou no ano anterior. Itens em bom estado podem ser reutilizados. Estojo, tesoura e dicionário, por exemplo, normalmente duram bastante.
– Organizar um bazar de trocas de artigos escolares em bom estado entre amigos ou vizinhos, por exemplo, é uma alternativa para gastar menos.
– Pesquisar é fundamental! Compare marcas e estabelecimentos e fique atento, principalmente, aos preços dos livros didáticos, que costumam pesar mais no bolso. Pode valer a pena comprá-los diretamente da editora.
– Outra opção para a compra de livros é pesquisar em sebos, inclusive pela internet, como na Estante Virtual. Costuma ser bem mais barato.
– Para economizar um pouco mais, a dica é reunir um grupo de pais para ir às compras, pois no atacado é sempre mais barato.
– Evite artigos sofisticados, com características de brinquedo, ou com personagens infantis licenciados.
– É aconselhável não levar os filhos às compras, para evitar pressões pela aquisição de produtos da "moda".
– Preste atenção à embalagem dos materiais: devem conter informações claras e precisas a respeito do fabricante, importador, composição do produto, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor.
– Na hora de pagar, lembre-se de que agora o preço praticado no cartão de crédito pode ser maior do que o cobrado à vista. Exija nota fiscal detalhada, com discriminação do produto adquirido: sua marca e preço individual e total.

Fontes: Procon/POA, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).



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