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Seu problema é nosso

Liberado sem perícia após furto, carro de morador de Sapucaia do Sul não pode circular há mais de dois anos

Edilson deve retornar à 2ª DP de São Leopoldo para regularizar a situação do veículo

10/05/2017 - 08h22min

Atualizada em: 10/05/2017 - 08h24min


Desde março de 2015, o segurança pessoal privado Edilson Nunes da Silva, 33 anos, morador de Sapucaia do Sul, aguarda uma perícia para liberar o carro que foi furtado em maio de 2014. Com o Opala prata 1988 parado na garagem, Edilson não consegue utilizá-lo nem dar baixa, pois o veículo foi liberado pela 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, que fez a recuperação do carro, com os números de chassi e motor clonados.

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O Opala foi furtado na Avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, e visto circulando na BR-116, no município de São Leopoldo, dois meses após o furto. Após o susto de ver o Opala na rua, Edilson tratou logo de chamar a polícia para tentar reaver o veículo.

– Na hora em que vi meu carro, chamei a polícia. Eles atenderam o chamado rapidamente e conseguiram recuperar o Opala. O problema maior começou depois. Além de já ter tido o veículo furtado, tive que esperar dez meses para conseguir tirá-lo do depósito e, saindo de lá, fiquei de mãos atadas, como estou até hoje, porque clonaram o chassi e o motor e não foi feita perícia de liberação – queixa-se Edilson.

Regularização

Após procurar auxílio no Detran e na 2ª DP, Edilson recorreu à Justiça. Mesmo assim, não houve solução.

– Logo que recuperaram o carro e mandaram para o depósito, eu fui até lá para fazer o procedimento de retirada. Chegando ao depósito, fui informado de que, como havia adulteração, só a delegacia poderia liberar. Como me devolveram o carro sem que eu pudesse usá-lo, precisei procurar ajuda jurídica, mas também não adiantou e continuo com o carro parado na garagem – conta ele.

Apaixonado por Opalas, Edilson comprou o carro há mais de dez anos e aprendeu a gostar do clássico com o pai, que tinha o mesmo modelo. Assim que conseguir resolver o problema da documentação, o segurança quer arrumar o veículo e voltar a usá-lo.

– Já fiz todos os procedimentos que me indicaram, mas, sem a regularização do que foi clonado, não posso fazer nada. Não aguento mais ver meu Opala parado na garagem – desabafa Edilson.

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Proprietário deve retornar à delegacia

Ao Diário Gaúcho, o delegado Rodrigo Zucco, da 2ª DP de São Leopoldo, informou que, na ocasião do furto, em 2014, a perícia não foi solicitada pela autoridade policial. Segundo ele, o proprietário Edilson requereu a devolução do carro em juízo, e o depósito fez a entrega por conta da medida judicial, sem passar pela delegacia.

Conforme o delegado Mario Souza, responsável pela 2ª DP na época, qualquer trâmite com veículos envolvidos em crimes deve passar pela polícia antes de ir para a instância jurídica. Em função de ter sido entregue direto ao dono por meio judicial, o Opala ainda encontra-se em situação de furto no registro da delegacia, segundo o delegado.

Para que possa voltar a circular com o veículo, Edilson deve levá-lo à 2ª DP, junto com o documento dado pelo juiz, para que a polícia solicite uma perícia junto ao Instituto Geral de Perícias. Só após o laudo e a remarcação do veículo, Edilson conseguirá regularizar o carro. Os dois delegados se colocaram à disposição de Edílson para ajudar a resolver a questão.



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