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Canoas

Após viver nove anos em hospital, menino Roger comemora primeiro aniversário em casa

No sábado, Roger comemorou dez anos com a família e amigos 

30/07/2017 - 21h21min

Atualizada em: 30/07/2017 - 21h46min


Jeniffer Gularte
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Roger ao lado da mãe e da irmã durante o Parabéns

Neste sábado, o menino Roger Inácio Dutra da Silva comemorou o aniversário de dez anos como se fosse o primeiro. E de certa forma, foi. Por nove anos, ele viveu no Hospital da PUC, em Porto Alegre. O garoto tem síndrome de down e doença de Hirschsprung (que obrigou os médicos a retirarem parte do seu intestino) e por isso depende tratamento médico contínuo. Por todo este período, o dia 20 de julho (quando ele nasceu) era lembrado em comemorações singelas com a equipe médica, sempre preparadas pela mãe, a dona de casa Eva Dutra Machado, 49 anos.

Há seis meses, ele vive em casa com a família, no Bairro Mato Grande, em Canoas, na Região Metropolitana, após conquistar na Justiça o pagamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de uma home care – enfermeira particular quatro vezes por semana para auxiliá-lo na alimentação parenteral (dieta pela veia), incluindo a alimentação específica, os medicamento e os curativos.

Clique na imagem e acesse a galeria de fotos do aniversário de Roger:


Neste final de semana, enfim, foi possível realizar um sonho antigo de Eva e fazer o filho experimentar o sabor de uma festa infantil só para si fora do hospital. Com o tema dos Monstros S.A., animação da Disney que é a favorita de Roger, a comemoração foi toda bancada por amigos e doadores sensibilizados com a história de garra do menino contada nas páginas do Diário Gaúcho desde dezembro do ano passado. Rodeado de crianças, ele dançou e vibrou ao ver todos cantando parabéns. A festa com bolo de brigadeiro, docinhos, refrigerantes e salgados teve gostinho de vitória para Eva:

– Eu sabia que, algum dia, eu iria fazer o aniversário dele fora do hospital. Era algo que eu sempre quis. Ele adorou a festa, acho que nunca esteve tão feliz na vida dele.

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As reações de alegria do menino emocionaram também a técnica de enfermagem, Daniela Burmann, 40 anos, que o acompanha quatro vezes por semana e já conhece sua história há nove anos. Foi ela quem fez as lembrancinhas do aniversário: copos com o tema da festa. Para a técnica, presenciar o encantamento do menino e uma emoção que ele ainda não conhecia foi gratificante:

– Ele amou, se divertiu muito e estimulava o pessoal a bater palma. Enquanto nós contávamos parabéns, ele sacudia as mãos. Ele dormiu agarrado no jogo de cartinha de memória que ganhou. Foi tudo muito bonito.


Vida de criança

Desde que começou a viver com a mãe e a irmã Carolina, 23 anos (o pai, Silvio da Silva, 51 anos, faleceu em fevereiro após enfrentar um tratamento para cirrose), a evolução do menino menino é notável. Antes, temia os raios solares e tinha medo de descer do berço no quarto 517 do Hospital da PUC. Agora, já caminha sozinho pela casa. Eva, orgulhosa, afirma que, enfim, pode dizer que ele tem vida de uma criança como qualquer outra:

– Ele brinca muito, espalha brinquedos pela casa inteira. Adora ver TV, assistir a filme de terror e ver shows da dupla Simone e Simária – conta a mãe.

Até a periodicidade das consultas já diminuíram. Ao sair do hospital, eram duas vezes por mês e, agora, já são uma a cada três meses.

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Para ajudar
– A família aceita doações de alimentos, produtos de higiene e limpeza.
– Contatos pelos telefones: 99567-6880 (Caroline) e 99574-5891 (Eva).


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