Seu problema é nosso
Idosa está há oito meses sem receber fraldas em Canoas
Moradora do bairro Fátima, em Canoas, Davina costumava receber as unidades da Secretaria de Saúde do município, o que parou de acontecer em abril deste ano
Márcia Terezinha Paz Padilha, 54 anos, tem uma difícil missão: cuidar em tempo integral da mãe, Davina Padilha de Mattos, 87 anos, que há um ano foi diagnosticada com mal de Parkinson. A filha da idosa ainda tem que lidar com a falta de fraldas geriátricas, utilizadas pela idosa, que já dura oito meses.
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Moradoras do bairro Fátima, em Canoas, costumavam receber as unidades da Secretaria de Saúde do município, o que parou de acontecer em abril deste ano.
— É muito complicado porque contamos com isso, é um direito nosso — desabafa Márcia.
A filha de Davina relata que nunca recebe uma resposta concreta ou previsão, o que a frustra ainda mais. Ela explica que, além de ter que ver sua mãe passar pelos efeitos da doença, ainda precisa preocupar-se com a falta de fraldas.
Pela Farmácia Popular, Márcia paga R$ 8,90 por pacote, que vem com oito fraldas, cada. Por mês, precisa comprar 15 unidades, totalizando R$ 165.
— Pra quem recebe um pequeno salário e tem que comprar remédios, comida e pagar as contas, esse valor pesa muito — conta Márcia.
Promessa sem prazo
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Canoas, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o processo de aquisição das fraldas está em fase final e que ainda neste mês o estoque estará regularizado. Segundo a administração, eles aguardam apenas a chegada do produto para o início da distribuição. Ainda não há uma data certa para o retorno.
O órgão afirmou que o problema com o estoque aconteceu devido à falta de abertura do processo de compra no ano de 2016. A orientação do município aos pacientes que tiverem qualquer tipo de demanda é procurar a Ouvidoria da SMS (Rua Doutor Barcelos, 1.600).
Transtorno coletivo
Márcia presencia uma situação similar perto de casa. A vizinha Francisca Souza Bonato, 55 anos, é aposentada e cuida da irmã Eroni Cabral Dias, 61 anos, cadeirante desde que sofreu um AVC, há nove anos. A espera da família já dura cinco meses.
Em 19 de julho e em 10 de outubro deste ano, o Diário Gaúcho contou a história de Santa Marina da Rosa Silva, 69 anos, portadora do mal de Parkinson, e de sua filha, Alexandra Estefane de Bittencourt, que deixaram de receber da Secretaria Municipal de Saúde de Canoas as 180 unidades de fraldas por mês.
Até agora, a família da idosa ainda não recebeu uma previsão de quando o fornecimento voltará.
*Produção: Leticia Gomes