Seu problema é nosso
Moradores convivem com esgoto a céu aberto há 30 anos em Porto Alegre
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) explicou que, por meio da Seção Norte de Conservação de Águas Pluviais, "que já tentou desobstruir a rede pluvial com hidrojato, mas não obteve êxito"
Comerciante há seis anos, Volnei Silva Virginio, 54 anos, convive diariamente com um esgoto que corre a céu aberto em frente à sua farmácia, na Rua Gomes de Freitas, 42, bairro Jardim Itu, em Porto Alegre. Moradores da via relataram a Volnei que a situação é essa há mais de 30 anos, sem nunca ter sido resolvida.
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— É um descaso. As pessoas reclamam há tanto tempo, moradores e comerciantes, e não vem ninguém para avaliar o contexto do problema. Só tomam medidas paliativas — desabafa o comerciante.
Falta de estrutura De acordo com Volnei, técnicos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) foram ao local inúmeras vezes — a mais recente, há cerca de 30 dias. O comerciante imagina que a estrutura foi feita há mais de 40 anos e que, com o crescimento de prédios no entorno, a tubulação não suportou a quantidade de esgoto.
— Eles olham e desentopem. Mas logo dá problema de novo. É uma questão de infraestrutura — aposta Volnei.
Ele relata que seus clientes costumam reclamar do cheiro forte na rua, pois muitas vezes o odor invade as salas comerciais:
— O pessoal fica reclamando como se fôssemos culpados. Perdemos clientes.
Vistoria será feita pela prefeitura
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) explicou que, por meio da Seção Norte de Conservação de Águas Pluviais, "tentou desobstruir a rede pluvial com hidrojato, mas não obteve êxito".
A explicação é que há um "rompimento de juntas na rede de drenagem da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, esquina com Rua Cruz Jobim, que não dá vazão na rede da Rua Gomes de Freitas".
A SMSUrb especifica que a rede referida tem 0,40m de diâmetro e está a 2m de profundidade. Técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) farão uma vistoria no local. No entanto, conforme o órgão, "não há previsão de execução de obras devido às dificuldades financeiras da prefeitura".
*Produção: Eduarda Endler