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Seu problema é nosso 

Com pedras nos rins, homem espera há um ano e três meses por cirurgia, em Alvorada

O primeiro atendimento de Willesson foi feito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, na Capital, em novembro de 2016

07/02/2018 - 09h36min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG

Willesson da Silva Leotte, 31 anos, é vendedor e mora no bairro 11 de Abril, em Alvorada. Desde novembro de 2016, convive com fortes dores enquanto aguarda uma resposta do SUS. Diagnosticado com pedras nos rins, ele espera pelo agendamento de uma nefrolitotripsia percutânea para tentar eliminar o problema. 

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— É uma dor muito forte. Já tive que sair do trabalho no meio do turno diversas vezes e ir para a emergência. Faz o meu dia a dia ser muito sofrido — conta o vendedor. 

Seu primeiro atendimento foi feito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, na Capital, em novembro de 2016. Na época, Wilesson foi informado que a consulta com o especialista precisava ser requerida via posto de saúde, já que seu caso não era considerado grave. 

Somente em julho de 2017 ele foi chamado pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição, onde foi agendada uma nefrolitotripsia extracorpórea. 

— O procedimento não foi bem-sucedido. Nenhuma das quatro pedras foi eliminada, e a dor insuportável persistia — recorda. 

Transferência 

Em seguida, uma nefrolitotripsia percutânea foi indicada para o paciente — que, ao contrário do primeiro procedimento, é uma cirurgia invasiva —, sem informações sobre uma data exata. O hospital afirmou apenas que o nome estava em lista de espera. 

— Depois de algumas idas à emergência sem nenhum chamado, eu liguei para o Conceição, e me informaram que a previsão era para 2020 — relata o vendedor. 

Um ano depois de ser diagnosticado, em novembro de 2017, Willesson foi chamado pelo Hospital São Lucas da PUC- RS. Lá, o corpo clínico explicou a ele que a espera média para este tipo de procedimento era de seis meses: 

— Tenho que tomar oito remédios para dor diariamente para conseguir trabalhar. Agora, tenho medo de perder um rim. 

Ao procurar a Secretaria Estadual da Saúde, Willesson foi informado que o caso deveria ser resolvido com o hospital que estava lhe atendendo. 

Sem previsão para o fim do sofrimento 

A Secretaria de Saúde Estadual ( SES-RS) confirmou que, após o início do tratamento, a responsabilidade é do hospital em que o paciente está referenciado.

Já o Hospital Conceição afirmou que a demanda de pacientes da Especialidade de Urologia é elevada, e a prioridade é para casos oncológicos. Em nota, informou que doença do paciente é de alta frequência e o mesmo foi referenciado novamente para o Gestor Municipal, que o regulou para outra instituição. 

O Hospital São Lucas da PUC-RS informou que Willesson teve sua consulta agendada pela Secretaria Municipal de Saúde no dia 22 de novembro de 2017, quando foi avaliado, e exames foram solicitados. O hospital afirmou que o paciente retornou no dia 4 de janeiro de 2018, quando foi indicado o procedimento cirúrgico eletivo. 

A instituição concluiu explicando que a situação que não se caracteriza como urgência e será agendada de acordo com o fluxo da especialidade, sem dar uma previsão exata para a cirurgia.

*Produção: Leticia Gomes

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