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Seu problema é nosso

Rua de Viamão que mais parece um atoleiro não tem previsão de passar por obras

Barro, pedras soltas, valetas, buracos e muitos acidentes. Este é o cotidiano de quem vive na Rua Oriente, no bairro Florescente, na cidade da Região Metropolitana

31/07/2018 - 09h43min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Carro e outros veículos já atolaram na Rua Oriente em razão da lama

Barro, pedras soltas, valetas, buracos e muitos acidentes. Este é o cotidiano de quem vive na Rua Oriente, no bairro Florescente, em Viamão. A cabeleireira Elisete Toebe, 50 anos, organizou um abaixo-assinado para que a prefeitura faça o calçamento da via. 

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— A gente vive nessa situação há muito tempo, mas o auge foi no final de 2016. Imagina: caminhões e patrolas já atolaram aqui — conta ela. 

Depois do Natal de 2016, Elisete conta que a prefeitura passou uma máquina na rua e colocou saibro, com a finalidade de melhorar a pavimentação. Entretanto, o serviço não foi finalizado. 

— Começou a chover, e as pedras entraram nas casas, a água levou tudo. Foi um desespero — lembra. 

Atitude 

Depois disso, os moradores se organizaram para fazer um calçamento comunitário, em parceria com a prefeitura. Nos 680 metros da rua, 115 casas estão construídas. No total, 145 assinaturas foram recolhidas. Deste número, 80% deveriam ser pagadores de IPTU. Com uma mudança no documento, o valor solicitado pela prefeitura passou para 50%. Elisete diz que, na via, 86 moradores são pagantes de IPTU — acima do solicitado. 

A cabeleireira providenciou pré-contratos para quem quer participar do calçamento e conseguiu 103 adesões. Em 10 metros quadrados, o morador deve pagar R$ 2.758, que pode ser dividido em até 36 vezes ou ter um valor mínimo da parcela de R$ 108. 

— Com tudo isso resolvido, a prefeitura não começa porque quer que os 115 moradores façam o pré-contrato. Oito deles só irão assinar quando virem as patrolas na rua, e os outros não têm condições de pagar. A prefeitura está nos trancando por causa de 12 moradores – conta Elisabete. 

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Em 2016, prefeitura chegou a fazer obras no local

Prejuízos 

Nos dias de chuva, os ônibus que deveriam passar pela Rua Oriente tiram a via da rota. Entre eles, passa um intermunicipal, de Viamão a Porto Alegre. Segundo Elisete, este é o mais usado: 

— Quando não tem ônibus, muitas pessoas ficam na mão. Sempre tem gente caindo pela porta, então imagina quantas pessoas não conseguem ir até seus compromissos. 

A cabeleireira lembra que, há cerca de três meses, um ônibus caiu em uma valeta. 

— A situação é horrível, precisamos de um suporte. Os veículos pesados deixam tudo ainda pior, mas também não podemos ficar sem o transporte — conta Elisete. 

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Registro feito pelos moradores durante os serviços em 2016

Verba é insuficiente, diz prefeitura 

A prefeitura explicou que as obras seriam feitas por meio de um programa de pavimentação comunitária. No caso da Rua Oriente, as despesas foram divididas em 50% para os moradores e 50% para a prefeitura. Entretanto, a prefeitura alega que o grupo não juntou a quantia necessária, atingindo apenas 38,5% do total. Não foram informados detalhes em valores em dinheiro. 

Mesmo sem o necessário para iniciar as obras, a prefeitura afirma que incluiu a via no programa Avançar Cidades, do governo federal. Caso a obra seja selecionada pelo projeto da União, as obras poderão ocorrer. Porém, não há previsão para isso. Com recursos próprios, o município alega que não tem como fazer o serviço. 

*Produção: Eduarda Endler 

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