Seu Problema é Nosso
Abandono de terreno público incomoda frequentadores de igreja no bairro Cristal, em Porto Alegre
Vegetação alta, lixo e animais mortos são alguns dos problemas encontrados no terreno ao lado do templo na Rua Doutor Raul Moreira
O pastor Rodrigo Correa Rolof, 36 anos, está com dificuldades ao realizar ações beneficentes para crianças carentes na igreja Assembleia de Deus, na Rua Doutor Raul Moreira, 1.200, no bairro Cristal, em Porto Alegre. Com vegetação alta e sem uso, um terreno ao lado do templo, que pertence ao município, virou dor de cabeça para fiéis da congregação Mato Grosso.
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Gerando mau cheiro, os dejetos descartados no matagal dificultam atividades que Rodrigo e os obreiros da igreja desenvolvem. Além de aconselhamento a famílias carentes, refeições são oferecidas para a gurizada da Vila Pedreira todos os domingos, de graça.
— Tem muito bicho morto. A gente achou uma cobra de um metro, que foi pro pátio da igreja. Quando as crianças vão comer, fica cheio de moscas. Não há ambiente para refeições — conta.
O caso foi abordado pelo Diário Gaúcho nas edições de 9 e 17 de fevereiro de 2017. À época, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) fez uma limpeza no local, retirando o lixo do terreno, conforme o pastor Rodrigo. No entanto, a grama e o mato não foram cortados. O resultado: a vegetação continuou crescendo, atingiu o muro da igreja, o terreno continuou inutilizado, e a sujeira e os animais, vivos ou mortos, voltaram.
— Com o calor, a gente fica até com medo de doenças, como dengue, naquele mato — relata o leitor.
Trabalho
Em grande quantidade, pedras, tijolos e cimento quebrado, bem como móveis usados, madeira, galhos e restos de lajotas são depositados no local, de forma irregular. Rodrigo relata já ter presenciado as cenas.
— As pessoas passam, às vezes com caminhão, e depositam entulho. A gente liga para prefeitura, e o que acontece? Nada, nada e nada. Só dizem que está em andamento — relata o pastor, que registrou protocolo de reclamação número 0265391900, já vencido.
Não aguentando a situação, o Rodrigo, junto a outros membros da congregação, tentaram limpar o terreno. No entanto, o trabalho se revelou difícil.
— Faz dois anos que eu e os obreiros viemos limpando, mas conseguimos só uma parte, para não ficar muito feio. É muito trabalho, precisaria de muita gente, a própria igreja fez um mutirão mas, mesmo assim, não conseguimos limpar tudo. Eu sou pastor da igreja e tenho que tirar cachorro morto dali — afirma.
Limpeza da área prevista para março
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) informou que, “de acordo com a Divisão de Limpeza e Coleta do Departamento Municipal de Limpeza Urbana”, a próxima capina e corte da vegetação do local estão programados para março. Sobre o lixo em frente e dentro do lote, a SMSUrb comunicou que também será retirado conforme a programação da capina, no mesmo mês.
Produção: Ásafe Bueno