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Transporte em Canoas

Prefeitura cobra plano de adequação à Vicasa e Metroplan

Empresa e agência reguladora têm até segunda-feira, 11, para apresentar soluções para reclamações de passageiros

08/02/2019 - 17h32min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Lauro Alves / Agencia RBS
Vicasa reduziu horários nos finais de semana

Desde fim de janeiro, moradores de Canoas que dependem do transporte coletivo metropolitano vivem um tormento com a escassez de ônibus. A redução de horários adotada pela Vicasa, responsável pelo transporte, impactou diretamente na vida de milhares de passageiros que utilizam os ônibus de segunda a sexta, mas, principalmente, nos fins de semana.

Os itinerários de sábado foram reduzidos e os de domingo cancelados (menos a linha do Mathias Velho). A empresa explica que a mudança vem em decorrência da queda de passageiros, que teria diminuído 7% em 2018. Para suprir a demanda, em acordo com a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), que regula o serviço, a Sogal, que faz o transporte coletivo urbano, foi acionada para fazer as integrações dos bairros ao metrô. A estratégia, no entanto, não tem atendido à demanda dos usuários.

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Apesar do serviço ser fiscalizado pelo Estado, o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, pediu, na sexta-feira, que os responsáveis pela operação do sistema encontrem uma solução. Na segunda-feira, a Vicasa e a Metroplan deverão apresentar um plano de adequações e prazos ao secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Ademir Zanetti.

O chefe do setor operacional da Metroplan, Fábio Castillo, confirmou que haverá mudanças e novos alinhamentos. 

— Vamos flexibilizar um pouco o que foi feito até agora. Mas sabemos que a empresa enfrenta dificuldades e não tem fôlego para manter a circulação como estava. Implantamos este plano emergencial e provisório tentando que a Vicasa trabalhe com um custo menor e ganhe receita para poder cumprir os padrões esperados das viagens — explicou.

Na quinta-feira, vereadores de Canoas também estiveram reunidos com a Metroplan e a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), cobrando explicações. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, a Metroplan sugeriu a criação de uma comissão de vereadores para acompanhar o tema. 

A prefeitura informou que entrará em operação um aplicativo para que o usuário possa controlar em tempo real os itinerários e horários dos ônibus. A novidade, porém, não tem data para iniciar. 

Passageiros indignados

Na tentativa de serem ouvidos, passageiros organizam um abaixo-assinado e seguem registrando reclamações na ouvidoria da Metroplan. Até que a situação melhore, procuram se virar como podem. O vigilante Geraldo Sami Oliveira da Cunha, 52 anos, morador da Guilherme Schell, no bairro Rio Branco, diz que o último ônibus Porto Alegre-bairro Harmonia, no sábado, sai da estação às 14h25min. Ele, que trabalha até as 19h, não tem como voltar para casa.

— Nas duas últimas semanas, eu tive que gastar R$ 20 com aplicativo, porque não tinha outra forma de vir. Encontrei alguns fiscais da Metroplan e fui conversar com eles. Me disseram que a Vicasa teria provado que, aos fins de semana, os ônibus vêm com poucos passageiros. Bom, mas a minha empresa paga apenas uma passagem de R$ 5,35 por dia, como eu faço? — questiona.

Geraldo faz esse percurso há sete anos e diz que, durante a semana, as linhas transitam lotadas.

— Os ônibus estão cheios, velhos e, em alguns, ainda tiraram o cobrador. O motorista tem que dirigir e pegar o dinheiro, tudo ao mesmo tempo — lamenta.

Para piorar o transtorno, a esposa Elis Regina Gomes, 52, que trabalha como cozinheira na Capital, também precisa se deslocar aos domingos. Com horários diferentes, o casal acaba gastando duas vezes com aplicativo.

— São R$ 40 que gastamos todos os fins de semana. Se estivesse tudo como antes, não gastaríamos nem metade disso — reforça Elis.

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