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Imposto de Renda: confira as taxas cobradas pelos bancos para antecipar a restituição

Instituições oferecem crédito a clientes que não querem esperar pela Receita Federal. Opção deve ser avaliada com muita cautela

16/04/2019 - 14h43min

Atualizada em: 16/04/2019 - 16h17min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Faltam pouco menos de duas semanas para o fim do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2019 — contribuintes têm até 30 de abril. Quem ainda não acertou as contas com o Leão terá de esperar mais para colocar a mão, se tiver direito, na restituição do imposto. 

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Para quem não quer ou não pode esperar, os principais bancos fazem uma oferta aos clientes: antecipar o valor da restituição. Trata-se da possibilidade de colocar no bolso na hora uma quantia que somente chegaria entre junho e dezembro.

Mas a operação não é de graça, e especialistas alertam que se trata de uma venda de dinheiro: o banco oferece a quantia e, depois, pega esta de volta com juros e taxas que variam de acordo com o perfil do cliente. Para os bancos, a transação praticamente não tem risco. Como a restituição é depositada na própria conta no banco, há garantia de que o dinheiro será devolvido. Antes de apertar a mão do gerente, é preciso levar mais fatores em conta.

A antecipação deve ser considerada por um perfil muito específico de cliente: aquele que está realmente precisando, com urgência, do dinheiro. Para quem já está endividado e paga taxas mais altas de juros, a antecipação para quitar dívidas é um bom negócio. Fora isso, não é muito vantajoso.

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Banco pode ficar com dinheiro da conta

Caso a restituição venha menor do que a indicada na declaração — ou fique retida pela Receita Federal —, a instituição financeira vai tirar o dinheiro do limite da conta do cliente. Nesse caso, uma dívida barata, de juros a partir de 1,79% ao mês (veja as linhas de cada banco abaixo), transforma-se em uma das mais caras do mercado, a do cheque especial - média de 11,75% no mês de março de 2019, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

As taxas para antecipação dos bancos*

Banco do Brasil

/// Taxas a partir de 1,79% ao mês
/// É possível antecipar até 100% do valor a ser restituído, limitado a R$ 20 mil

Banrisul

/// Taxa de juros a partir de 1,75% ao mês
/// É possível antecipar até 90% do valor da restituição 

Caixa Federal

/// Taxa de juros a partir de 2,10% ao mês
/// O limite de crédito disponibilizado ao cliente é de até 75% do valor da restituição

Itaú

/// Taxas a partir de 1,90% ao mês
/// Os clientes poderão antecipar até 100% do valor de sua restituição

 Bradesco

/// Juros a partir de 1,79 % ao mês
/// Os clientes poderão antecipar até 100% do valor de sua restituição, limitado a R$ 50 mil

 Santander

/// As taxas são a partir de de 3,69% ao mês
/// É possível receber até 100% do valor da restituição

* À exceção do Banrisul, que é do Rio Grande do Sul, estes são os bancos com maior número de clientes no sistema financeiro nacional, conforme o Banco Central. 

Para evitar a armadilha das antecipações

O que é a antecipação

/// Possibilidade de receber de forma imediata a restituição do Imposto de Renda.
/// A quantia que pode ser antecipada é definida conforme o banco. No geral, antecipam a partir de 70% do valor da restituição. Mas podem antecipar 100% dos respectivos valores.
/// Não é diferente de um empréstimo. Quando o valor integral entrar na conta, o banco pega de volta o que emprestou com juros e taxas.

Quais as vantagens

/// A liberação é rápida. O dinheiro é creditado diretamente na conta corrente.
/// Possibilidade de utilizar um dinheiro que só receberia na data da restituição.

Quais as  desvantagens

/// Perde-se dinheiro porque é preciso pagar juros e taxas.
/// O valor do empréstimo será debitado mesmo se, por algum erro na declaração, o valor a ser devolvido pela Receita for menor. Ou seja, antecipar a restituição é mais arriscado e exige uma declaração de IR perfeita.

Quando avaliar a possibilidade

/// Só é um bom negócio se o valor da antecipação quitar a dívida do cheque especial ou do cartão de crédito.
/// Neste caso, os juros da antecipação são menores do que os do cartão de crédito e do cheque especial (os mais altos do mercado).
/// Mas para quitar uma dívida junto ao próprio banco, deve-se barganhar mais vantagens, como redução dos juros da dívida principal ou um abatimento no saldo devedor.
/// Taxas muito acima de 1,5% ao mês começam a tornar a operação um mau negócio, fique atento.
/// Uma emergência de saúde ou pagamento de dívidas que geram penalidade saem dessa lógica e podem ser motivos.

Qual taxa de juros é cobrada

/// Cada instituição trabalha com uma taxa de juros e outras tarifas.
/// Quem tem conta há pouco tempo paga mais juros, porque o banco considera maior o risco de inadimplência.
/// Aquele cliente mais antigo e que nunca fica no negativo paga menos juros.

De olho no Custo Efetivo Total 

//// O dado mais importante que o cliente precisa saber quando for à agência bancária é o Custo Efetivo Total (CET).
/// O CET é o total de encargos a serem pagos pelo cliente na operação.
/// É expresso em forma de percentual e inclui as taxas de juros, tributos, tarifas, gravames, IOF, registros, seguros e demais despesas.
/// Todas as instituições financeiras devem informar qual é o CET na efetivação de um contrato.

Fontes: Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) e Instituto DSOP

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