Seu Problema é Nosso
Lutador de caratê busca patrocínio para participar de campeonatos
Diego Felix fez uma vaquinha online para conseguir competir no Recife, em maio. Ele sonha em se tornar professor de caratê
A história de Diego Felix, 29 anos, foi transformada pelo esporte. Morador da Vila Jardim, em Porto Alegre, ele é estudante do curso Técnico em Administração e faz estágio na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Diego é faixa preta em caratê e sonha em se tornar professor da arte marcial. Para que isso se torne realidade, deseja participar da terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Karatê, em maio, em Recife (PE).
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Com a colaboração de colegas de trabalho e da esposa, a auxiliar de contabilidade Camila Cerutti, 29 anos, Diego organizou uma vaquinha para arrecadar o valor da viagem e garantir sua participação em outros campeonatos no país. Ele, que não tem patrocinadores, precisa de cerca de R$ 7 mil. Até agora, conseguiu R$ 1.080.
— Participar desse campeonato me tornará mais reconhecido no esporte, além de somar mais conhecimento e experiência. O valor da vaquinha é para o ano todo, para competir, comprar equipamentos e fazer cursos. Assim como eu, existem atletas talentosos que vivem no anonimato por questões financeiras. Sofremos muito com a falta de incentivo — explica.
Seu objetivo é abrir uma academia de caratê e contribuir para a transformação de outras vidas:
— Se, desde cedo, incentivarmos as crianças à prática de esportes, com certeza construiremos uma sociedade com pessoas mais respeitosas. Acredito que as artes marciais possuem um grande poder de transformação social. Mudou a minha vida, pode mudar outras. Me manter treinando na infância foi a única alternativa que minha mãe teve para afastar dos “rumos perigosos”.
Menino “brigão”
— Eu era um menino brigão — conta Diego, ao relembrar a infância em Cachoeira do Sul e Triunfo.
Criado pelos avós e pela mãe, era rebelde e costumava brigar na escola. Sua mãe, a auxiliar em serviços gerais Isabel Cristina, viu na prática das artes marciais uma chance dele direcionar a agressividade para algo bom. Em 2004, aos 13 anos, começou os treinamentos.
— Quando surgiu o caratê na escola, aprendi e gostei. Lá, ganhei disciplina, pois meu professor me orientava muito bem e não podíamos dar mau exemplo — conta.
Diego se formou Faixa Preta 1 º Dan em 2010 pela Federação Gaúcha de Karate. Hoje, integra a Associação Tora de Karate, no bairro Teresópolis, e já foi campeão gaúcho individual em 2017 e vice-campeão em 2018. Também foi professor em escolas.
“É a primeira vez que peço ajuda”
Pai de dois meninos, aquele jovem brigão não desiste do esporte:
— Não seria justo com as pessoas que se doaram para que eu pudesse treinar, alcançar a faixa preta. É a primeira vez que tenho de pedir ajuda para competir. Antes, meus avós e minha mãe me ajudavam. Este ano, ficou mais difícil.
Como apoiar
/// É possível ajudar Diego Felix doando por meio da vaquinha online.
/// Para auxiliar de outras formas, entre em contato pelos e-mails karatetorars@gmail.com e felixdiego8989@gmail.com.
Produção: Caroline Tidra