Seu Problema é Nosso
Grupo de capoeiristas da Vila São Judas Tadeu, em Porto Alegre, consegue novos abadás para batizado
O professor de capoeira Adriano Vieira buscava contribuições, desde dezembro do ano passado, para a aquisição de abadás para crianças do projeto
Uma união de solidariedade promoveu a compra de abadás — indumentária dos capoeiristas — para crianças do grupo de capoeira da Vila São Judas Tadeu, no bairro Partenon, em Porto Alegre. A edição de 27 de dezembro do Diário Gaúcho mostrou a campanha para aquisição do tecido destinado à confecção da vestimenta. Depois da publicação, o grupo recebeu doações e também arrecadou valores com uma rifa.
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A iniciativa é um projeto social sem fins lucrativos conduzido pelo contramestre de capoeira Adriano Vieira, 38 anos. Ele, que trabalha como pintor predial, ensina o esporte voluntariamente há seis anos para crianças e jovens na sede da Associação de Moradores da Vila São Judas Tadeu (Amovita).
— Foram poucas doações em dinheiro, mas contribuíram. Recebemos tatames usados e tivemos a venda das rifas de uma cesta de café. A comunidade também ajudou. Tudo que foi feito foi válido — relata a presidente da Amovita, Sandra Paim.
Adriano acrescenta que recebeu a doação de vergas — peça do berimbau — que, após conserto, estão sendo usadas nas aulas. Jane Brochado, moradora da comunidade e voluntária do projeto, conta que, com as arrecadações, foram feitos 21 abadás.
Segundo Sandra, o trabalho realizado por Adriano faz diferença na vida das crianças:
— Elas têm nele uma referência boa, um homem do bem. Além disso, os pequenos aprendem a ter disciplina e respeito. São transformados pelo esporte.
Celebração
Com a turma vestida a caráter, no dia 14 deste mês, ocorreu a cerimônia conhecida como batizado de capoeira — momento em que o aluno recebe a sua primeira graduação no esporte, representada por uma corda colorida.
— A maioria dos alunos pegou a primeira corda, que é a verde. Outros receberam a corda verde-amarela. E os mais graduados, aqueles que fazem o projeto comigo desde o início, receberam a corda amarela — explica o contramestre.
A cerimônia contou com a presença do mestre Luiz Antônio Loreto, conhecido como Militar, de Santa Maria, que ensinou para Adriano as técnicas e também oficializou o batismo dos alunos da Vila São Judas Tadeu.
Alegria entre irmãos
Os irmãos Erick Ryan, 10 anos, e Bryan Juliano Barros dos Santos, seis anos, fazem capoeira há mais de um ano. Segundo a mãe, Débora Barros, 31 anos, eles contam os dias para ir às aulas. No batizado, receberam o cordão verde.
— Eles vão para a capoeira depois da escola. É muito bom que eles tenham essa ocupação porque, além de gostarem, aqui na vila não há outras atividades, nem pracinha. No dia do batizado, eles chegaram com a roupa preta de tanto jogar (capoeira) — conta ela.
Para conhecer e ajudar
O projeto segue com outras necessidades, como uma caixa de som — qualquer doação é bem-vinda.
/// Para conhecer o projeto ou realizar a entrega de doações, você pode ir à sede da Amovita (Rua Nelson Duarte Brochado, 24, bairro Partenon), em Porto Alegre.
/// Mais informações pelo WhatsApp (51) 99838- 8637, com a colaboradora do projeto Jane Brochado.
Produção: Caroline Tidra