Domingo na Ilha

Pescadores dão o pontapé inicial na 239ª Feira do Peixe da Capital

Foi dada a largada para a 239ª Feira do Peixe de Porto Alegre em almoço na Colônia de Pescadores Z5, na Ilha da Pintada. Além da comunidade, autoridades municipais estiveram no evento

07/04/2019 - 16h43min

Atualizada em: 07/04/2019 - 16h49min

Alberi Neto

Entre os dias 16 e 19 de abril, Porto Alegre receberá a 239ª edição da Feira do Peixe. Mas os preparativos para o evento já iniciaram. Neste domingo (7), na sede da Colônia de Pescadores Z5, na Ilha da Pintada, um almoço — com direito a tainhas assadas na taquara — deu o pontapé inicial na tradicional feira que ocorre anualmente no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. Além de moradores das ilhas, a festa recebeu gente da Capital e de cidades da Região Metropolitana.

— É uma forma de divulgar a feira, mas também trazer as pessoas para conhecerem a colônia dos pescadores — conta o presidente da Z5, Gilmar da Silva Coelho.

Um barco vindo da Usina do Gasômetro trouxe visitantes interessados em conhecer a sede da colônia Z5. O almoço com as tainhas assadas na taquara ocorre todo domingo. O toque especial da edição de ontem ficou por conta da presença de autoridades do município, como a prefeita em exercício, Mônica Leal. Após a cerimônia de lançamento da feira, o salão da sede da Z5 lotou para receber os visitantes famintos.

— Por vezes, moramos em Porto Alegre e não conhecemos nossa própria cidade. Passeios como esse são importantes por isso. É a primeira vez que venho aqui, e espero retornar outras vezes — conta o brigadiano aposentado Gustavo Modesso Pernas, 53 anos, que estava acompanhado da esposa, a servidora pública Maria do Amaral Pernas, 50 anos.

Números

Segundo o presidente da colônia Z5, a feira do peixe deste ano contará com 54 bancas para venda de pescados frescos, 4 bancas de alimentação e uma banca de peixes vivos. A expectativa é comercializar 250 toneladas de pescado durante os quatro dias de feira.

Ontem, para receber o público na "casa dos pescadores", foram assadas mais de 150 tainhas. Há 15 anos, o assador Felipe Araújo, 28 anos, ajuda a preparar as tainhas. Segundo ele, o uso da taquara como espeto, além de ser uma tradição, faz sucesso entre quem prova.

— Quem come, sempre volta. Além disso, a taquara é melhor que a grelha, pois a carne não gruda — explica Felipe.

Segredo

Responsável pela cozinha da colônia Z5 há 13 anos, Cátia Araújo, 62 anos, diz que o sucesso da tainha assada no local fica também por conta do molho que é adicionado ao pescado antes de ser servido. A receita do condimento é secreta, vem de gerações anteriores a de Cátia.

— Meu avô foi um dos primeiros pescadores da ilha e quem passou adiante a receita do molho que fazemos aqui — recorda ela.

Nas mesas dispostas pela local, quem provava a tainha assada só tinha elogios à tecer:

— Estamos há algum tempo planejando vir. Conseguimos hoje (domingo). Além de ser um lugar muito bonito, a comida é muito boa — conta o empresário Eri Roehrs, 61 anos, acompanhado da esposa Simoni Wilke, 55 anos.

Morando em Guaíba há dois anos, o eletrônico instrumentista Giovanni Cunha de Matos, 36 anos e a estudante de veterinária Raquel Ramos Nunes, 25 anos, já estiveram outras vezes no local. Segundo Raquel, que tem parentes que moram há mais tempo na região, visitar os almoços de domingo na Z5 é uma tradição de família. Agora, ela e o marido convidam amigos de outros locais para conhecer a colônia.

— Vale muito almoçar aqui. Se quiser, ainda pode comprar o peixe para levar e almoçar em casa. É saboroso e tem um bom preço. Ou seja, o custo-benefício é ótimo — aponta Raquel.