Transporte público
Trensurb: um ano depois, blitz mostra estações mais seguras, mas com problemas de acessibilidade e banheiros fechados
Por outro lado, limpeza é o ponto com melhor avaliação. Número de seguranças metroviários encontrados subiu
Ainda não chegou o dia em que as escadas rolantes, elevadores e banheiros das estações da Trensurb foram encontrados em pleno funcionamento. Tampouco estações completamente protegidas por equipes de seguranças. Mas melhorou. Em comparação à última blitz realizada pelo Diário Gaúcho, há um ano, alguns itens avaliados pela reportagem se mantiveram bem, a exemplo da limpeza das estações, e outros melhoraram, como o número de seguranças. No entanto, cresceu o número de banheiros interditados e de elevadores parados.
A equipe do Diário Gaúcho percorreu as 22 estações do trem na última terça-feira, entre 9h30min e 14h, e avaliou escadas rolantes, elevadores, limpeza, banheiros e segurança. Seis escadas foram encontradas paradas (nas estações Mercado, Anchieta, Mathias Velho, Rio do Sinos, Unisinos e Santo Afonso). No ano passado, eram oito nesta situação. Conforme a Trensurb, as escadas das Estações Anchieta, Mathias Velho, Unisinos, Rio do Sinos já foram consertadas. As da Santo Afonso, têm uma em situação normalizada e, outra, necessita de substituição de degraus e aguarda chegada dos componentes para o conserto. Portanto, só deve voltar a funcionar em maio.
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Quanto à escada na saída para o Mercado Público, na Estação Mercado, há necessidade de um trabalho mais complexo de recuperação que será iniciado somente após a instalação de portões metálicos para garantir a segurança no local. Essa instalação, que inclui a colocação de portões de enrolar automatizados em mais 18 estações, deve iniciar ainda neste mês e estar concluída na Estação Mercado até o fim da primeira quinzena de maio, permitindo o trabalho na escada rolante. O tempo previsto para execução do serviço na escada, por sua vez, é de aproximadamente 20 dias.
Elevadores
Três elevadores foram encontrados fora de operação durante a blitz. Dois na Estação Mercado e um no Aeroporto. A assessoria de imprensa da Trensurb informou que na Estação Mercado, como são plataformas elevatórias, equipamentos diferentes dos elevadores das outras estações, há um contrato específico de manutenção. O novo contrato está em fase final de licitação, já houve um vencedor e sua documentação está sendo analisada. Se não houver irregularidades, o contrato deve ser assinado nos próximos dias e as plataformas devem voltar a operar até maio.
Na Estação Aeroporto, já está em andamento o conserto de portas e mecanismos. O tempo previsto para conclusão é de aproximadamente 20 dias.
Segurança
Também não foram localizados seguranças em sete pontos visitados (Niterói, Fátima, São Luis, Petrobras, Esteio, Luis Pasteur e Industrial). No ano passado, esse número era o dobro, quando não foram vistos seguranças em 16 estações. Conforme a Trensurb, a distribuição de agentes da segurança metroviária pelas estações e trens é feita conforme planejamento. A empresa, no entanto, não discute publicamente essa distribuição por se tratar de informação estratégica para a segurança do sistema. Embora tenha essencialmente uma função operacional, de assistência ao usuário, a segurança metroviária atua também para coibir e responder a ocorrências de delitos no sistema com ronda móveis, postos fixos, monitoramento de um circuito fechado de TV com cerca de 400 câmeras e integração com os órgãos de segurança pública (com estabelecimento de linhas diretas de comunicação e espelhamento de imagens do circuito fechado de TV), estes sim acionados sempre que há ocorrências mais complexas.
Sanitários indisponíveis são problema
Chama a atenção para o número de banheiros interditados. A reportagem encontrou oito banheiros fechados, sendo que nas estações Rodoviária, Mathias Velho e São Leopoldo nem o masculino nem o feminino estavam abertos. Em Esteio, o banheiro acessível estava sendo usado pelo público masculino. Na Unisinos, apesar de constar avisos na porta de interdição, os banheiros estavam abertos. Nem todas as estações têm banheiros acessíveis, e onde têm, encontram-se chaveados. Questionados pela reportagem, alguns funcionários informaram que os cadeirantes já sabem que é preciso solicitar a chave para ter acesso. Quanto a isso, a Trensurb explica que a medida é necessária para garantir que serão utilizados somente por pessoas com deficiência e não pelo público em geral, diminuindo a possibilidade de atos de vandalismo.
Em 2018, a Trensurb firmou contrato com uma empresa para a execução se serviços especializados de engenharia para manutenção predial de 17 estações do metrô, do Mercado a São Leopoldo, além da estação junto ao Aeroporto Salgado Filho. Segundo a empresa, o contrato está vigente e o atendimento é realizado em até 72 horas após o acionamento da empresa contratada. Todos os banheiros devem passar por serviços corretivos até segunda-feira.
Limpeza é o ponto alto
Assim como diagnosticado na última blitz realizada pelo DG, o único ponto que tem avaliação positiva em todas as estações é o da limpeza. Profissionais da área foram vistos em praticamente todas as paradas e, onde não estavam trabalhando no momento em que a reportagem passou, não havia vestígios de sujeira. Mesmo na Farrapos, onde só existem duas lixeiras na plataforma de embarque, a limpeza é ponto alto.
Também foi possível observar o trabalho dos seguranças metroviários no auxílio a cadeirantes, deficientes visuais ou pessoas com mobilidade reduzida. Em mais de uma estação, quando o trem parava para o desembarque dos passageiros, já havia algum funcionário da empresa aguardando para acompanhamento.
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Reajuste de 147%
Desde 13 de março, a passagem unitária custa R$ 4,20, um aumento de 27%. Em fevereiro de 2018, já havia subido de R$ 1,70 para R$ 3,30, um reajuste acumulado de 147%, após 10 anos sem alterações no valor.
A população segue vigilante quanto à qualidade após o segundo ano consecutivo de aumento na tarifa. Para a advogada Manuela Monteiro de Mesquita, 30, que usa quatro estações com frequência, o grande problema está nas escadas rolantes.
— As escadas rolantes estão sem funcionar com frequência, principalmente na Estação São Leopoldo. Quebrei o pé recentemente e tenho receio de usar o elevador porque tenho medo de ficar trancada dentro — disse.