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Mais segurança, escadas rolantes e acesso coberto até a estação do trensurb: o que prevê o novo projeto da rodoviária de Porto Alegre

Em setembro, deve ser lançada  a licitação que decidirá a nova concessionária que fará a gestão do local

23/05/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Rodoviária funciona no local há 50 anos

Se todo o processo burocrático correr bem, em setembro, a rodoviária de Porto Alegre deverá dar um importante passo rumo à modernização. Com o lançamento de uma licitação, fica aberta a possibilidade para que os planos de melhorias e investimentos previstos pelo governo estadual cheguem ao terminal usado, diariamente, por 15 mil pessoas. 

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Na última segunda, as secretarias de Governança e Gestão Estratégica e de Logística e Transportes e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), concluíram a consulta pública que tratou sobre a concessão da estação. Esta é mais uma das etapas previstas no processo até a escolha da nova empresa que administrará o terminal pelos próximos 25 anos. 

A documentação ainda deverá passar pela Procuradoria-Geral do Estado, ser avaliada pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado e homologada pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS, até chegar à Central de Licitações. 

O projeto estima um investimento de cerca de R$ 77 milhões em obras e de aproximadamente R$ 460 milhões em despesas operacionais. A vencedora da licitação deverá aplicar a maior parte deste investimento nos três primeiros anos, o que representa 70% de todo o contrato. 

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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Segundo andar, atualmente pouco utilizado, deve ser reestruturado

Sem mudar o local

Trocar a rodoviária de local não é uma possibilidade trabalhada pelo Daer, que considera a localização ideal, mas o prédio, desatualizado. Há 50 anos, a rodoviária de Porto Alegre funciona no Largo Vespasiano Júlio Veppo. 

Conforme o diretor de Transportes Rodoviários, Lauro Roberto Hagemann, que acompanhou o DG em uma visita à rodoviária nesta semana, a prioridade é melhorar a segurança dos passageiros, a qualidade dos serviços e acessibilidade: 

– Precisamos evitar as pessoas circulando com crianças, com malas, entre os ônibus, algo que acontece corriqueiramente.

Hoje, a Veppo é a concessionária de vendas de passagens e administradora do condomínio. Já o aluguel dos espaços é repassado ao governo. A ideia é que o novo administrador assuma tudo: venda das passagens e a gestão das lojas. Atualmente, quando uma loja é desocupada, para ser usada novamente, precisa esperar por uma licitação do Daer. 

Maior proteção aos passageiros

O projeto técnico, com as melhorias a serem implantadas no terminal rodoviário, incluem escadas rolantes, elevadores, qualificação das lojas, salas de embarque fechadas e climatizadas, área de táxis coberta, lixeiras espalhadas por toda a área, situadas, preferencialmente, a distâncias não maiores que 10 metros entre elas e ligação com a Estação Rodoviária da Trensurb, coberta e com acesso direto ao edifício do terminal. A seção da via para desembarque deverá ser dimensionada com, pelo menos, duas faixas, sendo uma de parada de veículos e uma de rolagem. Este espaço de parada deverá ser coberto.

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Projeto prevê que estação do trensurb tenha acesso coberto para a rodoviária

Está sendo projetado uma reestruturação completa do segundo pavimento da rodoviária, considerado pelo Daer, atualmente, como subutilizado. Há várias salas vazias e, muitas outras, servindo apenas de depósitos. A ideia é que a venda das passagens passe a acontecer no segundo andar e a construção de um acesso  possibilite a circulação contínua por todo o espaço. O segundo pavimento poderá ter lojas e restaurantes. O embarque e desembarque seguirão no mesmo nível mas, proporcionando, na visão do departamento, uma maior proteção aos passageiros.

– Precisamos colocar o andar superior em evidência, criar salas de embarque comum para os passageiros, diminuir a necessidade de sala VIP de uma empresa ou de outra, para tornar uma área comum para todos. Um ambiente mais democrático – salientou o diretor.

Segundo o Daer, nos últimos cinco anos, a queda registrada de passageiros foi de 20 milhões.

Lojistas na incerteza

Donos de bancas ainda aguardam pela decisão do Estado no que tange à desocupação das lojas. Empresários garantem que o nível de satisfação das pessoas com a rodoviária é bom e que a possibilidade de deixar o local, no prazo inicialmente estipulado, de 210 dias, seria prejudicial. Vice-presidente da Associação dos Empresários da Estação Rodoviária de Porto Alegre (AEERPA), Cássio El Kik, 50 anos, disse que os lojistas realizaram investimentos em função da Copa do Mundo e que gostariam de tempo para se recuperar e conseguir indenizar funcionários. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Cássio busca prazo maior

Dono de uma cafeteria ao lado de El Kik, Fernando Bugallo, 64 anos, acredita que assentos mais adequados, iluminação reforçada e uma estética modernizada já seriam suficientes para atender às melhorias necessárias ao local. As empresas pedem cinco anos para desocuparem os espaços.

Hagemann disse que esta demanda está sendo avaliada e que o objetivo é encontrar um meio termo. 


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