Notícias



Seu Problema é Nosso

Alunos premiados do IFSul-Camaquã fazem vaquinha para participar de feira internacional

Os estudantes do Ensino Médio se qualificaram para participar de mostra científica em Abu Dhabi, no mês de setembro. O objetivo da vaquinha é arrecadar R$ 25 mil para pagar passagens, estadia, transporte e taxas de inscrições

03/06/2019 - 10h10min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Felipe (E), Manoela, Bruna e Gabriela (E)

Estudantes do Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, campus Camaquã (IFSul-Camaquã), a 127 quilômetros da Capital, se qualificaram para participar da feira científica Expo-Sciences International 2019, que ocorre em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), na Ásia, de 24 a 26 de setembro deste ano. 

Leia mais
Falta de medicamento preocupa pacientes transplantados
Idosa de Gravataí está há mais de quatro anos à espera de cirurgia  
Veículos invadem a contramão para desviar de buracos no Jardim Algarve, em Alvorada 

No entanto, frente à falta de recursos da escola, agravada com os cortes recentes na área de educação, não há como pagar a viagem. Então, o grupo fez uma vaquinha online para custear os valores necessários. 

Projeto 

O objetivo da ação é arrecadar R$ 25 mil para pagar passagens, estadia, transporte e taxas de inscrições. Até a sexta-feira passada, haviam sido arrecadados R$ 2,2 mil. A comitiva do IFSul-Camaquã que viajará até os EAU é formada pelos alunos Bruna Corvello Stifft, 19 anos, Felipe Wachholtz Bartz, 18 anos, Gabriela Altmayer Blanco, 18 anos, e pela psicóloga do campus, Manoela Wendler Fernandes, 35 anos. 

Em 2017, Manoela, que presta atendimento aos estudantes, estava preocupada com a incidência de sofrimento psíquico no campus. Provocada por um grupo de alunos que atendia, deu os primeiros passos do projeto TABUS. Em conjunto com Bruna, Felipe, Gabriela e outros alunos, foram definidos dois métodos de abordagem. 

O primeiro consiste em grupos de conversas, trocas de experiências e reflexão sobre questões que causam sofrimento. O segundo, intervenções artísticas e informativas que auxiliem os cerca de 500 alunos da instituição a lidar com estes problemas. 

A adesão dos estudantes foi rápida. 

— Eles se reúnem a cada dois meses. Abordam assuntos como empatia, amor-próprio, saúde mental e depressão. Falam sobre emoções e sentimentos. Usamos os depoimentos para refletir com o grupo. É mágico — conta Manoela, que registrou melhora no aproveitamento na escola e no desenvolvimento pessoal dos alunos que participaram do TABUS. 

— Era motivador ver o quanto funcionava, o quanto queriam mais. O pessoal se sentia tão à vontade que até chorava. O projeto era um local confortável para as pessoas exporem seus medos, suas angústias. Foi transformador — conta Felipe. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Uma das reuniões do projeto TABUS

TABUS concorreu a prêmio com 22 países

— Foi uma das principais coisas que me motivou a ficar no IFSul-Camaquã e a tentar superar minhas dificuldades — declara Gabriela Altmayer Blanco sobre sua participação no projeto TABUS. 

Com resultados, como o relatado acima, sobre as experiências dos encontros, os integrantes do TABUS levantaram dados e formalizaram um trabalho científico que foi apresentado na edição de 2018 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec). Concorrendo com 22 países, o projeto conquistou a primeira colocação na categoria Ciências Sociais, Comportamento e Arte e foi credenciado para participar da feira em Abu Dhabi. Outras premiações regionais também foram conquistadas. 

— É um misto de sentimentos, sabe? O TABUS me fez conhecer um mundo totalmente diferente do que eu vivia. Antes de 2017, eu estava voltada para o esporte, mas esquecia de como era cuidar da saúde mental — relata Bruna Corvello Stifft, que considera inesperadas as premiações que o grupo conquistou. 

Para ajudar 

Doe pela vaquinha online.

Produção: Ásafe Bueno

Leia outras notícias da seção Seu Problema é Nosso   



MAIS SOBRE

Últimas Notícias