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Transporte público

Novos ônibus da Carris devem chegar em outubro, diz diretora-presidente da empresa

Segundo Helen Machado, processo para conseguir o financiamento necessário está no fim

04/06/2019 - 18h34min

Atualizada em: 26/09/2019 - 17h13min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Jeff Bernardes / Prefeitura
Helen Machado assumiu o cargo em 2017

Se depender da diretora-presidente da Carris, Helen Machado, os 87 novos ônibus que a empresa pública vai comprar devem estar rodando em outubro. A aquisição dos veículos, adiantada pelo Diário Gaúcho em fevereiro, ainda depende da conquista de um financiamento, processo que está em andamento.

— Estamos na iminência de conseguir o financiamento. Temos até o dia 15 de julho (para obter o recurso por meio de financiamento) —explica Helen. 

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Depois deste prazo, caso nenhuma instituição financeira aceite financiar a compra dos novos ônibus, a Carris deve buscar outras opções. 

— O processo de negociação está em curso desde 2017. O prazo para entregar os veículos (em outubro) ainda está dentro do nosso cronograma. Se não conseguirmos o recurso (por financiamento), vamos ter de buscar uma alternativa, como um fundo de investimentos, por exemplo — projeta a diretora-presidente da Carris.

Decreto

Recentemente, a prefeitura editou decreto aumentando a vida útil dos ônibus comuns. Os carros, que podiam rodar por 12 anos, ganharam "vida extra" de dois anos, com vistorias a cada 45 dias. Esse "benefício" valerá até 31 de dezembro de 2020 ou até os carros completarem 14 anos, o que ocorrer primeiro. Mesmo que o decreto tenha validade para os 83 veículos da Carris que já passaram dos 12 anos de uso, Helen garante que aquisição ocorrerá ainda neste ano:

— Não vamos esperar o prazo do decreto. O custo de manutenção da frota atual é muito alto, pela sua antiguidade. São carros que não tiveram processo adequado de manutenção corretiva durante seus anos de uso. A renovação da frota é fundamental para termos mais eficiência operacional. 

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Fabricação 

Os veículos a serem adquiridos já foram escolhidos por meio de pregões. A compra se dará separadamente, em chassis e carrocerias. Desde modo, foi possível buscar melhores preços junto as montadoras. Os chassis serão fabricados pela divisão de ônibus e caminhões da Volkswagen com valor unitário de R$ 270 mil. Já as carrocerias serão fabricadas pela Neobus, que pertence à Marcopolo, pelo valor de R$ 199,5 mil cada.

Justificativas para os atrasos

Diante do fato de a Carris ser a empresa mais notificada por descumprimento de horários, como mostrou o DG no mês passado, Helen justifica que o fato de a companhia "operar mais horários e linhas com trajetos maiores" influencia neste índice. Porém, a presidente também reconhece a parcela de culpa da empresa:

— Temos um grande problema com faltas e atrasos dos motoristas e cobradores. Isso representa 50% das razões dos nossos atrasos. Os outros 50% são problemas com os ônibus, em razão da manutenção deficiente que tiveram ao longo dos anos. Esses são dois pontos que estamos trabalhando incessantemente para resolver.

Helen está à frente da Carris desde 2017. Desde o início da gestão, a diretora-presidente mirou o ousado objetivo de melhorar as contas da companhia, que chegou ao déficit de R$ 74,2 milhões em 2016. Dois anos depois, conforme o resultado preliminar do exercício de 2018, o prejuízo caiu para R$ 19 milhões, o que representa uma redução de R$ 55,2 milhões em relação aos resultados de 2016, antes dela assumir. Para 2019, a diretriz da administração é zerar o déficit:

— Esse é o nosso objetivo, estamos perseguindo, é factível.


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