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Piquetchê do DG

Tecnologia a favor do tradicionalismo

Profissionais dão dicas de como usar as redes sociais em benefício das entidades tradicionalistas e, até, de como fazer negócios

08/07/2019 - 06h00min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Maikol Locatelli / Divulgação
Potter durante a 1ª oficina de redes sociais, em Canoas

Tecnologia, informação e promoção. Que tal usar essas palavras como ingredientes para uma receita que pode ajudar entidades tradicionalistas a ampliarem sua divulgação na internet e na própria comunidade? Recentemente, o Departamento de Tradições Gaúchas (DTG) Tropeiros do Ouro Negro, de Canoas, que participou do Desafio Farroupilha 2018, reality de danças tradicionais da RBS TV, realizou a primeira oficina com o bacharel em Produção Cultural pela Universidade Federal do Pampa, Rogerio Potter, sobre redes sociais no tradicionalismo. Durante todo o Desafio, ele foi responsável por planejar e construir as estratégias de comunicação, além de auxiliar como moderador do Instagram @dancarinosdectg, o que os ajudou muito nos projetos em que estavam envolvidos.

Rogério conta que se baseou na técnica dos “3 Cs” para conduzir todo o trabalho: Conteúdo, Consistência e Congruência.

— Fizemos lives, mostramos bastidores, sempre sendo verdadeiros. Nenhuma postagem em nome do DTG poderia ser feita sem passar pela Capatazia de Comunicação. Fotos e textos precisavam ser criados ou aprovados. Pedimos a todos que interagissem com as postagens, que nos ajudassem a construir autoridade. Isso possibilitou que continuássemos sendo lembrados, trouxe um olhar diferente dos nossos concorrentes, aumentou nosso público em todas apresentações e rodeios em que estivemos, e nos levou a fechar muitos shows, que é o que tem sustentado o grupo este ano — detalhou.

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A participação no programa e o engajamento no mundo virtual foram capazes de levar o  DTG a alcançar outras instâncias, como a invernada juvenil, que cresceu com a procura de novos membros graças à divulgação que vinha ocorrendo no Instagram.

Negócios x tradicionalismo

A internet também abre um leque importante para quem pretende empreender dentro do tradicionalismo. O gestor de vendas Guilherme Milani Lorscheider, 25 anos, e a namorada Jéssica Amaral de Sena, 25 anos, viram na dificuldade em localizar blogs voltados ao tema uma possibilidade de trabalho alternativo. O casal criou, em 2016, o Estância Virtual, com objetivo de divulgar informações que somente eram encontradas em livros. Segundo eles, são pioneiros na comercialização de infoprodutos voltados ao meio tradicionalista. 

A visibilidade da tradição gaúcha e institucional dos CTGs, na opinião de Guilherme, ainda é tímida, mas vem crescendo no Estado. Trabalhar com uma visão própria para cada evento e produzir um conteúdo único para atrair mais interessados são ações importantes nesse objetivo.

— Ainda é muito comum apenas a divulgação por meio da foto de um ingresso, por exemplo. Parece básico dizer, mas a presença digital em todas as plataformas é fundamental. Facebook e Instagram são o mínimo necessário para divulgar a marca, pois o CTG, além de tudo, é uma marca, que precisa ser constantemente atualizada. As pessoas precisam saber o que está acontecendo na entidade, quando terá evento, quem participa —destaca Guilherme.

Para Potter, é importante ter domínio da linguagem, ou seja, saber com quem se está falando em cada rede social, ter boas imagens, saber o quanto e quando postar, ouvir os jovens, montar e capacitar capatazias de comunicação para não sobrecarregar patronagem ou coordenadores.

Para os grupos que pretendem melhorar a divulgação das entidades e das ações desenvolvidas, Potter prevê três passos importantes: planejamento, pesquisa e relevância. 

— O planejamento é saber quando e como fazer as postagens, o que dará maior alcance. A pesquisa depende do planejamento anual de rodeios, apresentações, shows, de se manter atento a eventos de todo o circuito tradicionalista a fim de não perder público por agenda. A relevância é mostrar a importância dentro da casa do quão importante são as redes nos tempos atuais, pois de nada adianta ter um profissional cuidando das redes se os membros não estão engajados — indica.

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