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Duas iniciativas dão novas esperanças para a duplicação do Caminho do Meio

Estrada passa por Porto Alegre, Viamão e Alvorada

26/10/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Motoristas enfrentam más condições e congestionamentos frequentes

Há mais de uma década, moradores ouvem falar sobre a duplicação da estrada que passa pelos municípios de Porto Alegre, Viamão e Alvorada, conhecida como Caminho do Meio. O trajeto é usado, diariamente, por milhares de pessoas que residem em uma das cidades e trabalham em outra. 

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Agora, novos capítulos desse ambicionado projeto começam a se desenhar, representados por duas iniciativas distintas que vieram a público nesta semana. Na mais recente, divulgada nesta sexta-feira (25), uma ação conjunta da Secretaria de Articulação e Apoio dos Municípios e da Metroplan, com apoio da bancada gaúcha e a participação da prefeitura de Viamão, conseguiu a inclusão de uma emenda indicativa na Câmara dos Deputados, que vai permitir a abertura de uma rubrica capaz de disponibilizar recursos para a via. Na prática, isso significa que foi aberta a possibilidade para que o governo federal, em 2020, possa remanejar recursos e os direcionar para o Caminho do Meio. 

— Com esse aceno da bancada gaúcha em Brasília, reacende a possibilidade de, a partir de uma articulação conjunta, iniciar esse processo — explica o superintendente da Metroplan, Rodrigo Schnitzer. 

Mobilização

Segundo o superintendente, começa, agora, a fase de mobilização junto à bancada gaúcha, para ir ao governo federal batalhar pela verba. A duplicação do Caminho do Meio, que teria em torno de 15km, prevê ainda a criação de faixa exclusiva para ônibus e ciclovia. O projeto é dividido em trechos, indo de Porto Alegre (esquina das avenidas Saturnino de Brito com Protásio Alves), até o encontro da via com a RS-040, em Viamão.

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 Já na segunda-feira (21), na Escola Estadual Almirante Bacelar, foi lançada a Frente Parlamentar pela Duplicação do Caminho do Meio. Idealizada pela deputada estadual Sofia Cavedon (PT), a ideia é rediscutir projetos e buscar financiamentos que possam concretizar a obra.

O projeto para a duplicação do Caminho do Meio chegou a ter recursos aprovados no PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades e no PAC 50, do governo Federal (2012/2014), mas não evoluiu. 

A estrada tem um alto fluxo de automóveis e engarrafamentos diários nos horários de maior movimento. A Frente deverá realizar em breve reuniões com a Metroplan, com o governo do Estado e nas Câmaras de Vereadores de Viamão, Alvorada e Porto Alegre. 

Fernando Gomes / Agencia RBS
Perigo também para pedestres

— A primeira tarefa que a Frente vai cumprir será mostrar esse projeto para Metroplan, ver se ela reconhece o trabalho, e apresentar a todas as cidades. Precisamos que todas as cidades se apropriem do projeto e concordem com ele e, para isso, faremos uma apresentação nas Câmaras. Depois, precisamos juntar as forças políticas para colocar esse projeto como prioridade. É um caminho estratégico para trabalhadores, para o lazer, importante para o desenvolvimento econômico da região — destacou a deputada.

Transtornos para usuários

Além do grande fluxo, a estrada não tem acostamento, há buracos por quase toda extensão e deformidades na pista. Conviver com essa série de problemas é um desafio para moradores. O borracheiro Adelmo Viana, 57 anos, mora há 10 anos no Jardim Protásio Alves, na Capital, e conta o quão complicado é conviver com todas essas dificuldades. 

— Saí de casa às 7h para ir a uma consulta e levei 30 minutos para percorrer cinco quilômetros. A partir das 17h não saio mais de casa, porque é quando começa a tranqueira de novo. Os acidentes acontecem a toda hora. Nesta semana mesmo, um motoqueiro caiu ao tentar desviar da fila de carros — relata.

Expansão

Pelo seu traçado, a Caminho do Meio tem empresas e um comércio variado por toda a extensão. Até órgãos públicos estão se instalando por lá, como a Justiça do Trabalho de Viamão. 

A região está em franco desenvolvimento. Condomínios residenciais estão sendo erguidos em vários pontos, o que tende a tornar o trânsito ainda mais pesado. O fluxo é de mais de 7 mil veículos por dia.

Quando não precisam enfrentar trechos alagados, ciclistas e pedestres dividem espaço com os carros. A falta de acostamento é um perigo para quem precisa transitar pela estrada, carente de sinalização. O aposentado Irani Guerra, 68 anos, de Porto Alegre, da porta de casa consegue acompanhar o movimento:

— Faz tempo que a gente escuta falar dessa tal duplicação. Precisaria mesmo, pois das 16h30min até as 20h30min tranca tudo.



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