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Corrida diferente

Festival de carrinhos de lomba reúne competidores do Estado em Cachoeirinha

Além de moradores da cidade da Região Metropolitana, pilotos de Canoas, Viamão, Porto Alegre, Caxias do Sul e Nova Hartz também estavam entre os inscritos

20/10/2019 - 20h23min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Carrinhos eram rebocados até o alto da lomba

Fusca, Brasília, Jipe militar, Fórmula 1. Pode até parecer uma lista comum para um encontro de veículos clássicos, mas não é. Estes foram alguns dos modelos presentes na terceira edição do Encontro de Carrinhos de Lomba de Cachoeirinha, realizado neste domingo. 

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O evento, no bairro Jardim do Bosque, reuniu cerca de 70 pilotos vindos de todo o Estado. Além de moradores do município que sediou a festa, participantes de cidades como Canoas, Viamão, Porto Alegre, Caxias do Sul e Nova Hartz estavam entre os inscritos. Na ladeira da Avenida Primavera, além dos clássicos carros de rolimã — construídos em madeira e direcionados com os pés —, outros modelos também chamaram atenção do público. 

Durante a tarde de domingo, cerca de 600 pessoas passaram pela área, conforme a Associação União de Moradores do Jardim do Bosque (Amojab), organizadora da festa.

Celular

Outras brincadeiras foram disponibilizadas aos visitantes, além dos carrinhos para a descida do principal declive do bairro: jogos de bolita, taco, bodoque, amarelinha e corrida de saco. Um dos criadores da Amojab, o comerciante Uilson Droppa, 35 anos, relata que a motivação inicial do evento era reforçar a ligação entre os moradores do bairro e "mostrar para as crianças um mundo além do celular". 

A festa é realizada em outubro em alusão ao Dia das Crianças. Durante o evento, os pequenos que estavam presentes receberam pipoca, refrigerante e um brinquedo. 

— Quando eu era criança, passávamos o dia com essas brincadeiras. Hoje é mais difícil ver a criançada pela rua. Por isso, criamos a festa — recorda o membro da Amojab.

Confira uma galeria de fotos do evento:

"Muito bonitos"

Para quem saiu de casa e foi até o local, nem o vento gelado de ontem foi motivo para estragar a tarde. A atendente Indaiara Barbosa Alves, 48 anos, levou a filha, a estudante Indiara Barbosa Alves, 18 anos, ao festival. Para a mãe, o encontro entre vizinhos torna a associação ainda mais conhecida entre os moradores, auxiliando nas ações realizadas, como os grupos de segurança comunitária. 

— Os carrinhos também são muito bonitos. Havia visto alguns pela internet, mas nunca pessoalmente — conta Indaiara. 

O comerciante Gilberto Dalmás, 55 anos e sua esposa, a artesã Cladir Dalmás, 56 anos, saíram do bairro Nossa Senhora das Graças, em Canoas, para prestigiar o evento. Conforme Gilberto, aficionado pelo skate, o festival é uma oportunidade para crianças e adultos se divertirem. A esposa completa:

— É mais brincadeira e menos tecnologia, faz com que as crianças sejam mais crianças.

Desde 2008 construindo modelos

Isadora Neumann / Agencia RBS
Adriano construiu a réplica de uma Brasília

O chapeador Adriano Negreiros, 48 anos, aproveitou suas habilidades de funilaria para os momentos de diversão. Desde 2008, ele constrói modelos para competições. Foi vencedor numa das edições de um famoso festival de carros sem motor organizado pela fabricante de energéticos Red Bull, ainda em 2008. Depois disso, o empenho na modelagem dos veículos só aumentou. 

Para o evento em Cachoeirinha, o morador de Viamão levou a réplica de uma Brasília, construída por ele em 2011.

— É o meu carro favorito. Além deste, tenho outros dois modelos feitos por mim — conta Adriano.

Veloz

Para o professor de judô Carlos Schantz, 49 anos, a diversão vem mais pela adrenalina da descida do que pela montagem do veículo. Ele costuma competir na modalidade street luge, que também é o nome do modelo guiado pelo morador da zona sul de Porto Alegre. 

Com chassi metálico e pequenas rodas, o equipamento depende do movimento corporal do piloto para ser direcionado e freado. É semelhante a um skate, porém, bem mais veloz.

— Em competição, já consegui atingir 120 quilômetros por hora. Mas também já quebrei a clavícula e um braço. É divertido, porém, é preciso domínio e habilidade. Brincamos que é a Fórmula 1 destas modalidades sem motor — relata Carlos.

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