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Piquetchê do DG

Conheça a história do Triopacito, grupo que une sapateado e gêneros variados da música

De uma brincadeira, amigos passaram a fazer shows e até participações em programas de TV.

25/11/2019 - 05h00min


Elana Mazon
Elana Mazon
elana.mazon@diariogaucho.com.br
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Bruno Buemo / Divulgação
Leonardo (E), Guilherme (C) e William (D) formara trio em 2017

Apesar de ter começado de forma totalmente despretensiosa, em 2017, o Triopacito, formado por dois sapateadores e um gaiteiro, tem um objetivo grande e ousado: levar as tradições gaúchas aos quatro cantos do mundo. 

A história do grupo teve origem em 2017, quando a música Despacito, do porto-riquenho Luis Fonsi, estava no auge do sucesso. 

Guilherme Taschetto Tavares, hoje com 20 anos, gravou um vídeo tocando a canção na gaita e postou no Facebook. Quase ao mesmo tempo, William Cantareli Arrivabene, atualmente com 22 anos, e Leonardo Brizolla de Mello, hoje com 23, dois integrantes de CTGs adeptos da chula, fizeram comentários elogiando a iniciativa.

— Então, o Gui sugeriu que a gente fizesse uma versão da música com chula também. Poucos dias depois, fomos até Ijuí, onde ele mora (William e Leonardo vivem em Santa Maria), para gravar um vídeo. Como não tínhamos uma lança (vara que fica no chão durante a chula tradicional), fizemos só com o sapateado — conta William.

Os três postaram o vídeo nas redes sociais e o sucesso foi praticamente imediato. Dois dias depois, já eram mais de 7 milhões de visualizações e inúmeros compartilhamentos. Nos comentários, quem gostava da iniciativa questionava: quem eram os três guris? Qual era o nome do grupo? Onde era possível ver mais vídeos como aquele?

— Cinco dias depois, em 23 de maio de 2017, formamos oficialmente o grupo e batizamos de Triopacito — afirma William.

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Novo conceito

Logo veio o convite para o primeiro show, em São Pedro do Sul. Para que a apresentação não durasse apenas dois minutos – o tempo da coreografia de Despacito –, Guilherme, que compete em eventos tradicionalistas como intérprete, cantou algumas músicas. Já William e Leonardo acrescentaram também alguns passos da chula tradicional. 

A partir de então, não pararam mais. Shows, outros vídeos, participações em programas de TV e até um especial de Natal. Porém, foi só em 2018 que os três talentos conseguiram definir uma proposta para o trabalho. Foi aí que surgiu o propósito de disseminar a tradição daqui de uma forma diferente. 

— Somos um grupo de leva o conceito do tradicionalismo, da arte gaúcha, para além das amarras regionais. A gente percebeu que a música tradicionalista nem sempre alcança outras regiões do Brasil. Mas, quando as pessoas ouvem uma música do seu interesse, prestam atenção. Assim, elas conhecem o nosso sapateado, acham bonito. Levamos a tradição daqui para outros locais por meio da música, que é um conceito universal —esclarece William.

As apresentações

Atualmente, os shows são compostos por três coreografias sapateadas (que variam conforme o evento), danças e músicas tradicionalistas, declamação, pajada e até trova.

Planos para o futuro 

Os três artistas têm fortes ligações com o tradicionalismo, com mais de 10 anos de participações em competições e festivais ligados ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que seguem até hoje. Com uma proposta tão inovadora como o Triopacito, é claro, também surgiram críticas.

— Os amantes do tradicionalismo puro muitas vezes olham o nosso trabalho com preconceito. Dizem que a nossa cultura está se perdendo. Mas acreditamos no contrário, que encontramos uma maneira de levar a nossa cultura pra frente, para além das fronteiras regionais — revela William.

Para o futuro, os guris querem mais. Nos últimos meses, eles têm trabalhado para profissionalizar os shows e os vídeos que divulgam pela internet, mesmo que ainda não se dediquem apenas ao Triopacito – William estuda Engenharia Elétrica, Guilherme faz Odontologia e Leonardo é mestrando em Engenharia Civil. 

Além disso, William não dá detalhes, mas revela que o grupo gravou uma participação em um programa da TV Globo, no Rio de Janeiro, recentemente:

— Não podemos contar nada ainda, mas com certeza vai ser bem importante pra gente. Esperamos, daqui pra frente, alcançar um nível internacional de apreciação da cultura gaúcha — revela um dos integrantes.

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