Região Metropolitana
Em ponte que liga Porto Alegre a Alvorada, falta de segurança para pedestres chama atenção
Travessia que liga os bairros Nova Gleba, na Capital, e Passo do Feijó, em Alvorada, está com estrutura precária. Pedestres relatam insegurança no trajeto
De um lado, Porto Alegre. Do outro, Alvorada. Entre eles, uma ponte sem dono, aparentemente. É a sensação ao se olhar a pequena trilha sobre o Arroio Feijó, semelhante ao cenário de uma explosão. Pouco resta dos gradis de proteção. E parte do que resta está retorcida. Na verdade, são as marcas de batidas, resultado de uma pista que só pode comportar um carro por vez, mas que recebe veículos vindos de dois sentidos.
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Os problemas da ponte entre os bairros Nova Gleba, da Capital, e Passo do Feijó, de Alvorada, não são recentes. O Diário Gaúcho já mostrou a situação em outubro de 2016. Entre este período e os dias de hoje, a mudança foi para pior. Mais partes das proteções laterais caíram. Como o local é a única ligação entre as duas comunidades também para os pedestres, fazer a travessia caminhando torna-se arriscado.
A reportagem acompanhou a movimentação no local, nesta semana, por cerca de uma hora. A ponte fica um pouco acima do nível da rua. Assim, quem vem por um sentido não vê o outro lado. Como somente um carro passa pela travessia de cada vez, a cautela é necessária. Entretanto, alguns motoristas não diminuem a velocidade ao chegar no trecho, resultando em freadas bruscas quando dois veículos se encontram sobre a passagem. O Diário flagrou um destes momentos.
Medo
E entre um carro e outro, moradores da região também precisar circular a pé pelo local. Para o comerciante aposentado Roberto Dias, 73 anos, cruzar o local traz um pouco de medo. Morador do bairro Nova Gleba há 25 anos, ele garante que o cenário sempre foi o mesmo. Roberto ainda alerta que a situação piora nos horários de pico, formando filas de carros nas duas cidades. Na visão do comerciante aposentado, a melhoria deveria começar pela recolocação das proteções laterais:
— Quer ver quando estamos em cima da ponte e vem um caminhão... Tem que ficar imóvel para não ser atingido, é apavorante.
A doméstica Paloma Ribeiro, 27 anos, costuma passar pela ponte com os filhos João, quatro anos, e Maiara, 10 anos. Para ela, a falta de proteção também é o maior problema. A moradora de Alvorada afirma que nunca presenciou equipes do poder público no local.
— Se não vão duplicar e fazer uma nova ponte, pelo menos ajeitem essa. É muito arriscado passar por aqui com crianças — critica Paloma.
A visão sobre a situação muda para quem está dentro do carro. O vendedor Rudinei Guterres, 48 anos, por exemplo, não vê grandes problemas na ligação entre as duas comunidades. Para ele, o trânsito do horário de pico incomoda algumas vezes, mas a falta de proteção lateral é citada com menos cobrança:
— Seria bom colocar (as proteções), né?
Sem previsão de melhorias
O Diário procurou os dois municípios que têm responsabilidade sobre a passagem: Porto Alegre e Alvorada. Segundo as cidades, há uma tentativa de firmar um convênio para implantação de melhorias viárias na ponte da Gleba. A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) da Capital diz que a principal obra seria a duplicação da pista. A prefeitura de Alvorada acrescenta, ainda, que a ideia é conseguir um investimento privado para duplicação da ponte, trabalhando por meio de uma parceira público-privada (PPP).
Porém, a parceria ainda nem passou da fase de avaliação. Além disso, nenhuma das duas cidades manifestou interesse ou projetos para fazer reparos na estrutura atual da ponte. Portanto, não há previsão de mudanças para o cenário de risco na travessia.