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Questão de segurança

Às vésperas do fim do ano letivo, escolas da rede municipal de Porto Alegre seguem sem serviço de portaria

Prefeitura diz que licitação para contratar serviço emergencial está em andamento

13/12/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Omar Freitas / Agencia RBS
Espera no portão na Grande Oriente

O ano letivo está acabando, e as escolas municipais de Porto Alegre encerram o período sem o serviço de zeladoria nos portões das instituições. Em junho, o DG mostrou que os colégios da rede municipal estavam sem segurança desde o início do ano. Na época, a prefeitura disse que o contrato havia sido encerrado de forma unilateral pela empresa que atuava nas 56 escolas de Ensino Fundamental da rede pública, e que uma contratação de um serviço emergencial já estava em tramitação. 

Porém, a poucos dias do fim do ano letivo, a empresa ainda não foi escolhida. A Secretaria Municipal de Educação (Smed) diz que a licitação segue em andamento. 

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Enquanto isso, professores, funcionários e alunos vivem a insegurança diária, especialmente, em regiões conflagradas pelo crime. Na Escola Grande Oriente, no Rubem Berta, um funcionário, que estaria em desvio de função, fica na portaria entre 9h e 18h. À noite, segundo os docentes, a Guarda Municipal faz a ronda, mas não todos os dias. 

No ano passado, a comunidade escolar da Grande Oriente promoveu uma manifestação pedindo mais segurança. O protesto foi motivado pela agressão sofrida por uma professora.    

– Eu também já sofri ameaças, agressões. Desde 2016, quando ingressei na escola, contabilizei 12 agressões contra professores diferentes. Em 2018, a prefeitura contratou uma empresa (de segurança) que ficou aqui alguns meses, o que pouco resolveu – explica uma professora, que preferiu não se identificar, salientando que a escola está sob intervenção, após o afastamento da direção. 

Retorno

A ausência da Guarda Municipal, que há alguns anos era permanente na frente das escolas, é uma das principais reclamações de pais e professores. O motorista Antonio Barcellos, 48 anos, tem uma filha na Grande Oriente, e acredita que a presença da Guarda traria mais tranquilidade aos moradores.

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– Aqui na escola ainda temos uma pessoa que fica na porta e ajuda. Porém, a presença da Guarda Municipal seria muito melhor. As crianças que saem da aula para participar, no contraturno, do Cesmar (Centro Social Marista de Porto Alegre) ficam aqui na rua aguardando o ônibus até irem para o Centro – conta.

Investimento de R$ 6 milhões

De acordo com a Smed, não existe orientação para que funcionários sejam designados para as portarias. A prefeitura tem contado com apoio das forças de segurança pública, em especial a Guarda Municipal, para fazer o acompanhamento das escolas. 

“Todas as escolas da rede municipal já realizaram o treinamento do programa Acesso Mais Seguro, metodologia criada pela Cruz Vermelha para desenvolver protocolos de atuação a fim de reduzir a exposição dos serviços públicos à violência armada – agora, as escolas comunitárias estão recebendo a formação”, disse a secretaria em nota.

A Smed ainda informou que conta com uma profissional no Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre para acompanhar as mais de 800 câmeras instaladas nas escolas da rede municipal. E que prevê investimento de R$ 6 milhões para o serviço de portaria na Lei do Orçamento Anual de 2020.

Aos berros na calçada

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Chapéu do Sol, no bairro de mesmo nome, a portaria fica vazia e os portões, fechados. Quando precisam acessar a instituição, pais precisam telefonar ou ficar aos berros na rua. 

– A gente fica lá esperando na frente da escola. Desde que tiraram o serviço de portaria ficou ruim, pois era uma segurança a mais. Agora, só temos acesso quando um professor aparece para atender, não tem campainha– disse o vigia noturno e pai de um aluno de 11 anos, Emerson Rodrigues, 43 anos.


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