Situação precária
Além de muro com rachaduras e esgoto, escola de Porto Alegre é interditada por vazamento de gás
Cerca de 500 alunos não foram às aulas nesta sexta, e pais relatam temor com estrutura. Prefeitura garante segurança do prédio
A cozinha e o refeitório da Escola Municipal América, no bairro São José, em Porto Alegre, foram interditados durante uma vistoria feita pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros na quinta-feira (28). O motivo é um vazamento de gás, que colocaria em risco os alunos. O isolamento das áreas é mais um problema para a instituição que chegou, nesta sexta (29), ao terceiro dia sem aulas em meio a reclamações por causa da infraestrutura.
Os problemas no gás foram detectados pelas autoridades que estavam na escola para verificar a situação do muro que tem rachaduras e esgoto correndo. O conserto dos vazamentos já foi providenciado pela direção, que ainda diz que poderia receber os alunos nas salas, mas sem merenda. Os estudantes, no entanto, não apareceram.
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O muro com problemas divide a escola, que fica em um nível mais alto, de outras residências. O temor é que ele desmorone levando junto terra e atingindo as casas. A Secretaria Municipal de Educação (Smed), por meio de um engenheiro, garantiu que não há risco de queda e apresentou um atestado. No entanto, pais e responsáveis de alunos querem um laudo completo atestando a segurança da estrutura.
— Com essa relação de vazamento de gás e sem ter um laudo de que o colégio tá seguro, não vou mandar meus filhos. Como vou trabalhar com a cabeça descansada sem saber que meu filho está seguro? É um absurdo isso. O atestado não comprova toda a segurança do muro — disse Deize Claas Vieira, 24, mãe de gêmeos na escola.
Houve protestos em frente à escola por três dias seguidos. Na quarta (27), mães, com um a faixa escrita "conter barranco, manter a vida", bloquearam a entrada da instituição.
Com os alunos sem ir nas aulas, a escola América não participou da segunda etapa da Prova Porto Alegre, que avalia alunos do 5º e do 9º ano para ver o impacto das estratégias desenvolvidas pela Secretaria da Educação. Em nota, a Smed disse que abrirá uma sindicância para "apurar as responsabilidades da não realização da prova".
A pasta também disse que contratou uma empresa para a demolição da estrutura existente, instalação de rede de esgoto cloacal e dreno junto ao muro da escola América, entre outros serviços.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) contratou a empresa SNV Construtora para a realização de demolição da estrutura existente, instalação de rede de esgoto cloacal e dreno junto ao muro da Emef América, entre outros serviços. O processo de contratação foi iniciado no início de novembro e seguiu os trâmites exigidos pelo serviço público, e a empresa já iniciou a execução. De acordo com o setor de Obras da secretaria, não há risco de colapso do muro. A manutenção da rede de gás da escola é de responsabilidade da direção desta, que deve aplicar os repasses recebidos da mantenedora também neste tipo de serviço – estes recursos aumentaram 100% nesta gestão, mesmo com queda no número de alunos da escola.
A Smed irá abrir sindicância para apurar as responsabilidades sobre a não realização da Prova Porto Alegre, que deveria ter sido aplicada na última quinta-feira, 28.