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Escolinha da Tia Lolô tem salas alagadas e materiais danificados após chuva em Viamão

Em julho, história de 25 anos da associação criada por Losângela Ferreira Soares foi contada pelo programa "Caldeirão do Huck", da TV Globo

06/12/2019 - 09h39min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Material usado pela associação foi danificado pela chuva

A luta de 25 anos de Losângela Ferreira Soares, a Tia Lolô, que acolhe mais de 150 crianças na associação comunitária que leva o seu nome, no bairro Orieta, em Viamão, enfrentou uma nova batalha na tarde de quarta-feira (4).  

Uma pancada de chuva atingiu a cidade por volta das 17h, ultrapassando a capacidade da calha sob o telhado do prédio que abriga as salas de informática e de artesanato do projeto social. Parte do maquinário doado em julho pelo programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, foi molhada.

— Foi desesperador. Perdi praticamente tudo que eu tenho aqui para o artesanato — afirmou Lolô, enquanto torcia retalhos de pano que seriam costurados nas peças de roupa.

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Na manhã desta quinta-feira (5), os móveis continuavam afastados da parede, ainda úmida. As salas coloridas tinham todo o material amontoado, com carretéis de linha encharcados e panos de prato, fechos de zíper, camisetas e caixas de papelão visivelmente deteriorados pelo alagamento.

No próximo fim de semana, Tia Lolô participará de uma feira no município, realizada pelo clube Cantegril. Com o revés, a voluntária teme não ter estoque suficiente para expor os produtos, cujas vendas são indispensáveis para custear o projeto social.

— Não tenho como colocar os panos na máquina de lavar porque eles desfiam, se desmancham. Nem sei se os equipamentos ainda estão funcionando, porque tenho medo de ligar e tomar choque — complementa.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Sala da associação foi atingida pela água após temporal, que durou cerca de 30 minutos

A história da associação — iniciada na carcaça de um ônibus inutilizado — foi contada no quadro “Um por todos, todos por um”, do Caldeirão do Huck. Após a visita do apresentador Luciano Huck, o espaço ganhou reforma e a construção do novo local, prédio que sofreu com o temporal.

A chuva durou menos de meia hora, segundo a educadora, que conta que, com a exposição em rede nacional, o número de crianças carentes que buscam atendimento de reforço escolar e complemento nutricional cresceu.

— Antes eu atendia pessoas de bairros próximos, agora vem gente até lá de Águas Claras — explica.

Tia Lolô vive em uma casa de alvenaria ao lado da escolinha. Segundo ela, a proximidade foi fundamental para o primeiro “combate” ao alagamento, possibilitando o desligamento do maquinário e a proteção da matéria-prima, retirada do chão e apoiada sobre as mesas.

— As vezes dá vontade de desistir, é cansativo. O pior é ouvir quem diz que eu ganhei dinheiro com o programa do Huck. Eu, uma senhora de 54 anos vendendo pano de prato no sol, tenho que ouvir isso.

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