Notícias



Saúde

Falta de equipamento interrompe realização de teste da orelhinha em Viamão

Chamado de triagem neonatal auditiva, o exame é relativamente simples, mas essencial na identificação precoce de possíveis perdas auditivas 

31/01/2020 - 14h31min


Omar Freitas / Agencia RBS
Hospital cede espaço para a realização do exame

Ainda na maternidade, os recém-nascidos passam por exames e testes que ajudam na detecção de problemas logo nos primeiros momentos de vida. O mais conhecido é o teste do pezinho, mas outros são também são realizados, como os testes do coração, do olho e da orelha. Entretanto, para os bebês que têm nascido em Viamão, na Região Metropolitana, a vida já inicia com esta etapa não sendo cumprida corretamente. 

LEIA MAIS
Região Metropolitana concentra maior parte dos casos de Sarampo no Estado
Saiba quais são as principais razões para multas ao transporte público de Porto Alegre
Bicas coletivas em cidades da Região Metropolitana não têm qualidade de água garantida

O Hospital de Viamão, único do município da Região Metropolitana, está sem o equipamento necessário para a realização do teste da orelhinha. Chamado de triagem neonatal auditiva, o exame é relativamente simples, mas essencial na identificação precoce de possíveis perdas auditivas nos recém-nascidos, como explica uma publicação do Ministério da Saúde. 

Para realização do teste, um fone acoplado a um computador é colocado na orelha do bebê e emite sons de fraca intensidade. O equipamento recolhe as respostas que a orelha interna da criança produz, demonstrando a existência ou não de problemas. 

Conforme o ministério, o exame deve ser feito, “geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê, é indolor, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos”. Ainda há uma lei federal sancionada em 2010 que determina “a realização gratuita do exame em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências”. 

Com a falta do equipamento em Viamão, o auxiliar jurídico Artur Cabreira Figueiredo Borba, 29 anos, e a dona de casa Bianca Silva da Cunha Borba, 23 anos, não sabem a quem recorrer. No dia 24 de novembro, nasceu no hospital da cidade a pequena Ruth, filha do casal. Três dias depois, a família foi para casa, sem sequer saber da necessidade de realização do teste da orelhinha. 

— Na primeira consulta com o pediatra, no posto de saúde, fomos questionados sobre a realização do exame. Nem sabíamos que este teste precisava ser feito, ninguém nos falou nada no hospital — recorda Artur. 

Particular 

Desde então, pai e mãe fazem contatos frequentes com a instituição e são apenas informados que não há prazo para que o procedimento seja realizado. Com o tempo passando — Ruth já completou dois meses de vida —, a família começou a pesquisar o custo do exame na rede particular. 

— Em locais de Porto Alegre vi que o valor cobrado fica entorno de R$ 60. Já pesquisei e vi que é um direito o exame ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas creio que vamos acabar pagando — critica o pai. 

O Hospital Viamão é gerido pelo Instituto de Cardiologia — Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC). Entretanto, a instituição afirmou, em nota, que o teste da orelhinha “é de responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde, e não do hospital. O Hospital de Viamão disponibiliza um espaço de atendimento para facilitar o acesso da população ao exame, no entanto, o profissional e o equipamento são responsabilidade da administração municipal”.

Promessa de regularização

 A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Viamão informou que a realização do teste deve ser retomada em 10 dias. A pasta não informou desde quando o exame não está sendo feito, mas garante que não ultrapassou os 90 dias — data limite para que seja feito. 

Conforme nota da prefeitura, “o aparelho otoacústico já está em processo de compra, que deve ser concluído em até 10 dias”. A prefeitura não deu orientação de como devem proceder as famílias cujos recém-nascidos precisam do teste, mas garante que os pais serão informados assim que a situação for normalizada. 

Confira outras notícias do Diário Gaúcho 



MAIS SOBRE

Últimas Notícias