Notícias



Seu Problema é Nosso

Vaquinha: morador de Alvorada que sofre com doença degenerativa precisa de uma cadeira rodas motorizada

Debilitado devido ao agravamento dos sintomas da doença de Machado-Joseph, Márcio Peres D’Ávila depende de doações para comprar um equipamento elétrico

27/01/2020 - 07h00min


 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Márcio precisa de uma cadeira nova para ter uma melhor qualidade de vida

— É luta atrás de luta! 

Assim a comerciante Priscilla Machado Gomes, 34 anos, define a rotina com o marido, Márcio Peres D’Ávila, também de 34 anos. Eles são moradores do bairro Salomé, em Alvorada. Márcio sofre com a doença de Machado-Joseph (DMJ), conhecida como ataxia espinocerebelar tipo III — uma mutação genética que leva à degeneração, perda do controle muscular e da coordenação motora dos membros, problemas na visão e dificuldades na fala e ao engolir. Márcio descobriu a doença, que é hereditária e rara, quando tinha 20 anos. Segundo Priscilla, a mãe e uma tia dele também sofreram com a mesma enfermidade. 

LEIA MAIS
Após ter sua história contata pelo DG, Alanis ganha dois quimonos para seguir lutando
Em São Leopoldo, descarte irregular transforma terreno baldio em lixão
Em Quintão, local onde existia um canteiro central virou uma valeta sem manutenção 

À época da descoberta, ele não apresentava os sintomas, mas, com o passar dos anos, começou a sentir fortes dores e dificuldades na coordenação do próprio corpo. Antes, Márcio trabalhava como office-boy, mas, hoje, depende apenas do benefício do INSS. 

Devido ao agravamento da doença, há cerca de cinco anos, ele utiliza uma cadeira de rodas para se locomover e, há dois anos, é completamente dependente de alguém para auxiliá-lo. Segundo Priscilla, o equipamento que Márcio usa atualmente está em péssimas condições. 

— Ele precisa de uma cadeira de rodas elétrica para melhorar sua qualidade de vida. A cadeira que ele tem está com problemas e o machuca. Não posso empurrá-lo pelas ruas, porque ele sofre com dores ao passar por qualquer buraco. Com uma cadeira nova e mais leve, ele vai poder ir onde quiser sozinho. Vai facilitar muito nossas vidas — conta a comerciante.

Para arrecadar o valor do equipamento, que custa R$ 7.800, Priscilla organizou uma vaquinha online. Com a ajuda de familiares e amigos, R$ 1.685 haviam sido obtidos por meio da campanha até sábado. 

Cuidados

Além do salário do INSS, a família conta com os rendimentos do brechó de Priscilla: 

— O que eu ganho com o brechó paga as necessidades do dia a dia, como as fraldas para nosso filho Noah, comida, produtos de higiene e para o transporte de aplicativos para a fisioterapia do Márcio. O dinheiro que ele recebe paga o aluguel e a contas como a luz e água. Sobra muito pouco. 

Apesar de depender de uma cadeira de rodas, segundo ela, Márcio ainda consegue se alimentar e tomar banho sozinho: 

— Ele precisa de apoio, pois não anda, não fala e sente muitas dores. A coordenação é muito difícil.

A doença de Márcio não tem cura, mas há tratamento. De acordo com Priscilla, um dos métodos que mais contribui na rotina do marido é a fisioterapia e, por isso, ele não falta a nenhuma sessão. Além disso, ele também precisa de acompanhamento psicológico, neurológico e fonoaudiológico. 

— Sempre que vamos nas sessões é bastante complicado pela falta de uma cadeira confortável, leve e compacta, que caiba no carro dos motoristas de aplicativo. Às vezes, carrego ele por pequenos trajetos, entre o carro e a clínica, para evitar levar a cadeira que ele tem — detalha.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Márcio e seus filhos, Maria Eduarda e Noah (no colo)

Uma missão para a vida

Priscilla conta que sua vida mudou após conhecer a doença de Márcio: 

— Antes, eu não dava valor para coisas simples da vida, mas depois que o Márcio surgiu na minha vida, tudo mudou. Sou uma pessoa grata. Após ser aconselhada, tive que falar que não dou conta sozinha e precisamos de ajuda para comprar a cadeira elétrica. 

Ela também faz planos para depois de alcançar o objetivo da campanha:

— Eu quero levar ele para a Orla do Guaíba, para o Parque Marinha, para a pista de skate. O Márcio é uma pessoa jovem, que tem amigos e gosta de sair, por isso, uma cadeira elétrica boa é tão importante. Minha luta é pela vida do pai do meu filho. Ver um homem lindo, com a mesma idade que eu, sofrer para executar coisas simples me dói, mas Deus renova minhas forças.

Como ajudar

/// É possível contribuir para a compra da prótese doando na vaquinha online.

/// Doações também podem ser feitas via depósito bancário na Caixa Econômica Federal, agência 3461, operação 013, conta 21108-4. 

Produção: Caroline Tidra

Leia outras notícias da seção Seu Problema é Nosso   



MAIS SOBRE

Últimas Notícias