Volta às aulas
Mais um ano sem feira do material escolar na Capital
Falta de interessados em licitação da prefeitura impede a realização do tradicional evento pelo segundo ano consecutivo
Assim como em 2019, neste ano, Porto Alegre não contará com um tradicional evento que antecede o início das aulas. Conhecida por reunir fabricantes de marcas conhecidas e comércios tradicionais, a Feira do Material Escolar não marcará presença na Praça da Alfândega, no Centro, onde já foi realizada em outros anos. O evento sofre com a falta de interessados há algum tempo. Por mais que tenha sido realizada em 2018, em anos anteriores, a frequência anual também já foi prejudicada.
Entretanto, no cenário atual, onde a tentativa de organizar o encontro de comerciantes vai para seu segundo ano sem sucesso, fica cada vez mais complicado traçar uma previsão para que a feira ocorra novamente. Conforme a Secretaria Municipal de Educação (Smed), o edital de licitação para realizar a edição deste ano da Feira do Material Escolar não teve nenhum interessado – foi uma concorrência “deserta”, na linguagem oficial do Executivo. No ano passado, houve duas tentativas de colocar o edital em prática. Mas, assim como neste ano, os dois lançamentos não tiveram interessados em participar.
Confirmação
Diferentemente do ano passado, quando a Smed fez dois chamamentos e tardou em decretar o insucesso da feira, a secretaria, por meio de sua assessoria de imprensa, já crava que não haverá o evento em 2020. Assim, se ainda havia algum pai ou responsável esperançoso por encontrar os tradicionais preços mais baixos da feira, é hora de iniciar a pesquisa em outros locais, distantes do conglomerado que não se formará, por mais um ano, sob toldos instalados na Praça da Alfândega.
Calendário
Na semana passada, nas ruas do Centro Histórico, já era possível ver o movimento acentuado em lojas do setor. A busca por materiais com o melhor custo, principalmente, aqueles mais comuns, como cadernos e mochilas, parece ser o principal objetivo de quem vai ter que desembolsar mais dinheiro para cobrir todas as exigências da lista de materiais escolares.
As aulas da rede municipal já iniciaram para boa parte das instituições da Educação Infantil de Porto Alegre. Das 56 escolas de Ensino Fundamental da rede municipal da Capital, 31 retornam às aulas hoje. Já as 26 instituições que concluíram o calendário do ano passado tardiamente irão retornar às atividades em outras datas Na rede estadual, o ano letivo começa amanhã.
Leia também
Quais são e quanto custam os acessórios e fantasias que fazem sucesso entre os foliões no centro da Capital
Prometidos para fevereiro, ônibus novos da Carris ficam para junho, mas número cresce
Para compensar, será preciso pesquisar
Preparando-se para entrar na faculdade de Pedagogia, Daiana Gonçalves, 24 anos, se deslocou do bairro Partenon, na Zona Leste, até o Centro em busca de melhores preços nos itens escolares. Junto dela, ainda veio o irmão, Leonardo, seis anos, que está prestes a entrar no primeiro ano de escola. Para a futura pedagoga, a busca por produtos não está difícil e os preços também não estão tão altos, mas ela acha interessante a ideia de um evento maior direcionado ao setor.
— A feira reunia uma variedade de marcas no mesmo lugar, oferecendo preços diferenciados. Isso é um auxílio para economizar e pode fazer falta agora — acredita Daiana.
A caixa operadora Chaiani Almeida, 38 anos, veio de São Leopoldo, no Vale do Sinos, até a Capital em busca de uma mochila com preço mais em conta para a fi lha Ellen, oito anos, que vai iniciar os estudos no terceiro ano. Para ela, a necessidade de pesquisar em várias lojas poderia ser amenizada se a feira voltasse a ser realizada:
— Seria uma boa ideia, com várias opções disponíveis a um preço mais Para compensar, será preciso pesquisar acessível.
A acupulturista Débora Tonelo, 43 anos, rodou por pelo menos quatro lojas antes de iniciar as compras. Com a lista de exigências da escola de seu filho João Pedro, 12 anos, na tela do celular, ela buscava as opções mais acessíveis usando como parâmetro o ano anterior.
— Quero tentar gastar praticamente o mesmo valor que investimos no ano passado na compra dos materiais, mas isso vai exigir bastante pesquisa — afirmou Débora.